Ausência de cimento no mercado, com consequente alta no preço, se deve ao desligamento dos fornos por causa da pandemia
Construção civil sofre com os preços elevados do cimento. Em Uberaba, o produto, que antes da pandemia era encontrado por um valor médio de R$14, custa hoje, em média, R$30.
De acordo com o engenheiro Luciano Veludo, presidente do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil de Uberaba), a alta é devido ao desligamento dos fornos da indústria cimenteira, por causa do período de isolamento exigido pela pandemia, o que prejudicou o abastecimento do mercado.
Segundo ele, um terço dos fornos de toda indústria foi desligado. Cada forno trabalha com temperaturas de mais de 1.000°C e, após esfriar, precisa trocar todo refratário interno. Com o aumento da demanda de serviços, houve a necessidade de religação dos fornos, porém, todo esse processo demora em torno de 150 dias. “E isso acabou desabastecendo o mercado”, diz.
Dentro deste cenário, Luciano Veludo explica que a normalidade deve ocorrer somente no início de 2021. “Até lá, a construção civil deve sofrer com a alta do cimento. E esta situação é decorrente do próprio mercado, que sente a falta do produto”, diz.
Segundo ele, as pesquisas apontam um aumento de preços de 64% no cimento somente nos últimos nove meses. Porém, outros produtos também têm impacto como o aço e o PVC. “Isso prejudica potencialmente os contratos com obras, que precisam de um reequilíbrio financeiro”, completa.
Apesar das denúncias, Procon não detecta abusos em casas de materiais
Procon Uberaba não registrou abusividade de preços no cimento e demais materiais e insumos de construção civil em Uberaba.
O presidente, Marcelo Venturoso, confirma que o órgão recebeu denúncias relacionadas aos preços excessivos dos materiais de construção em geral. Porém, as fiscalizações apontam que os valores são decorrentes do próprio mercado. “Não existe nenhuma evidência de abusividade de preços. A questão está relacionada a oferta e demanda. Não é uma alta injustificada”, diz.
Marcelo Venturoso explica que durante as fiscalizações do Procon, as notas fiscais apresentadas pelas casas de material de construção mostram que os produtos vêm com preços altos desde os fornecedores. “Hoje, o que existe é uma grande demanda de produtos da construção civil em todo o país”, diz.
Além disso, ele conta que entre os meses de julho e agosto, houve desabastecimento de alguns materiais em Uberaba. E a paralisação de algumas fábricas, em razão da pandemia, também prejudicou o abastecimento. “Agora, esta situação está começando a alcançar uma relativa normalidade”, diz.
Fonte: https://jmonline.com.br/
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