O ano iniciou com alta do Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi). Em 2020, fechou com alta de 10,16%. Ou seja, teve aumento no custo da construção civil – valor do metro quadrado. A pandemia ajuda, em partes, a justificar a elevação. Contudo, o setor ainda enfrente um problema antigo: falta de mão de obra qualificada.
“Contratamos pedreiro e auxiliar de pedreiro com experiência” relata um cartaz fixado em estrutura de uma em Toledo. O mercado segue em crescimento. As casas, os prédios e os empreendimentos seguem em construção e a falta de profissionais habilitados tendem e atrasar os cronogramas.
“Essa deficiência impede maior crescimento do setor”, comenta o mestre de obras, José Santos. “Estou sempre no campo de obras, ou seja, sei das dificuldades reais do setor e o quanto a falta de mão de obra qualidade interfere nos bons resultados. Quando algo fora do programado, daquilo previsto no projeto, dá muito mais trabalho ajustar e geralmente isso acontece quando o pessoal não é devidamente capacitado para o trabalho que está prestando”.
Santos relata que toda vez que é fechado um novo contrato, vem a preocupação com as contratações e o cumprimento dos prazos de entrega. Ele destaca que a dificuldade em encontrar profissionais para trabalhar também está relacionada à falta de interesse das pessoas em buscarem conhecimento.
VALORIZAR A PROFISSÃO – O profissional destaca que ocorre rotatividade no setor pelas pessoas não valorizarem e área e acreditarem que não existe possibilidade de crescimento. “Já vi auxiliar de pedreiro que hoje é mestre de obras e engenheiro civil. Conheceram como é o trabalho no canteiro de obras e vislumbraram mais, estudar, fizeram cursos, se profissionalizaram. Basta querer mais e não permitir que o ‘ser pedreiro’ seja taxado com preconceito, sem valorização. Se a construtora ou a pessoa que vai fazer uma reforma na casa não contratam sem experiência é hora de buscar esse conhecimento. Interessante que também vi histórias de pessoas que aqui não se interessavam em aprimorar o conhecimento, mas foram para o exterior e lá trabalham como pedreiros e não sentem vergonha de contar isso ou de trabalharem nessa área”, pontua.
VAGAS DISPONÍVEIS – Toledo continua crescendo e a tendência na construção civil é que cada vez mais verticalizar. “Ou seja, precisamos de profissionais que saibam trabalham na construção de prédios, pois é diferente, exige técnica, consciência para a utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), entre outros requisitos. Diariamente observamos que a Agencia do Trabalhador tem vagas disponíveis para pedreiro e carpinteiro. Temos campo de trabalho, mas é não está sendo possível atender essa demanda”, conclui.
Fonte: https://www.jornaldooeste.com.br/