Faltam carpinteiros, eletricistas e outros operários qualificados. A falta de mão de obra "começa a ser um problema" na construção e será, muito em breve, "um fator limitativo ao seu crescimento". O alerta é da Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas. Nas suas contas são necessários entre 80 e 100 mil trabalhadores em 2018. Esse é um alerta sonhado por grande quantidade de brasileiros. A indústria da construção civil dificilmente crescerá em consonância com os demais setores produtivos. Todos conhecem os motivos: faltam recursos e sobram cadeias para seus membros. Portugal é uma saída.
O problema português foi agravado pela saída de seus trabalhadores do país. Mais de 200 mil foram procurar melhores salários em outros países nos últimos seis anos. França, Alemanha e Itália pagam salários bem mais convidativos. Também apontam o dedo à clandestinidade. Há obras públicas que ficam sem pretendentes porque os preços base não são realistas. O preço pago à construção civil não teve reajuste nos últimos 10 a 12 anos. O sindicato de trabalhadores da construção civil de Portugal reclama um salário mínimo de 730 euros para trabalhadores indiferenciados e de 800 euros para qualificados.
Todos, sindicatos de trabalhadores e patronais, acreditam que o problema só será resolvido com trabalhadores estrangeiros. Enquanto não "alterarmos os métodos de construção e até a tipologia dos edifícios em que vivemos, incorporando soluções de pré-fabricação, de modo a exigirem muito menos operários nas obras, não haverá solução". O fato é que a indústria da construção civil portuguesa é tão atrasada tecnologicamente quanto a brasileira, são totalmente dependentes do trabalho braçal. Quase não há planejamento de ponta e nem organização. São obsoletas.
Fonte: www.campograndenews.com.br