Petrobras gastou R$ 620 milhões na unidade, em Uberaba, e agora quer leiloar a infraestrutura
No auge da construção, em 2014, mais de mil operários chegaram a trabalhar no canteiro de obras da fantástica fábrica de amônia em Uberaba, no Triângulo Mineiro. Quando ela ficasse pronta, seriam 200 empregos diretos garantidos. Mas em 2015 a Petrobras desistiu do projeto. Na época, já tinha investido US$ 190 milhões, cerca de R$ 620 milhões. E esse é só mais um dos vários projetos que não foram para a frente, como o aeroporto industrial em Confins e o polo de tecnologia em Ribeirão das Neves, que foi resumido a uma única fábrica de chip.
Por meio de nota, a Petrobras afirmou que não tem intenção de retomar o empreendimento no Triângulo Mineiro. Os equipamentos já adquiridos foram colocados à venda, mas o leilão, no dia 23 de fevereiro, não teve nenhum interessado. O prefeito de Uberaba, Paulo Piau (PMDB), em parceria com o governo do Estado, está em busca de investidores na iniciativa privada. “O prejuízo vai muito além do dinheiro gasto. Muitos fornecedores vieram para Uberaba e investiram, acreditando no movimento econômico que seria gerado. A expectativa era tão grande que atraiu vários moradores de fora, principalmente do Nordeste, e a cidade ficou com essa sobrecarga social. A população ficou frustrada, e esse prejuízo é imensurável”, destaca.
Quando a obra parou, a construtora responsável, a Toyo Setal, estava no centro das investigações da Lava Jato. A estatal federal jogou parte da responsabilidade sobre o governo do Estado de Minas, que tinha garantido a construção de um gasoduto, indispensável para levar a matéria-prima até a fábrica, mas não conseguiu.
Para o professor de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Faculdade IBS) e especialista em gestão governamental Cláudio Alfradique, o problema começa por não viabilizar a infraestrutura necessária antes de começar a construção. “Quando se pensa num projeto dessa magnitude, tem que ter todas as garantias necessárias, mas, na linguagem popular, eles colocaram a carroça na frente dos bois, e não conseguiram viabilizar um negócio que custou dinheiro público”, diz Alfradique.
“Parece que ninguém para e pensa antes de fazer um projeto, nem no quanto isso vai impactar a vida de muita gente. Tudo é agravado com as mudanças de governo. A preocupação com o marketing é maior do que a com a viabilidade e conclusão da obra”, afirma o professor da FGV/IBS.
O vice-presidente da área imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-MG), José Francisco Lopes Cançado, afirma que a falta de planejamento é a principal causa das obras paradas e inacabadas. “Falta continuidade de políticas públicas, pois um governante começa a fazer uma obra, depois vem outro e resolve que aquilo não é prioridade e abandona. Esse problema é sério e deveria ser resolvido na esfera da legislação, com leis municipais, estaduais e federais que responsabilizassem aqueles que fazem obras desnecessárias ou abandonam projetos no meio do caminho”, afirma.
Vetor Norte. O diretor da consultoria Héstia, Luiz Antônio Athayde, diz que a ruptura de projetos afeta todo o Estado. “Foi elaborado um minucioso plano macroestrutural, cujos investimentos iniciais se deram no Vetor Norte (em Belo Horizonte, saída para Confins), o qual já deveria ter se conectado com outros vetores para que, nesse momento, toda a região metropolitana pudesse estar em condições de maior competição na retomada do crescimento no país”, ressalta.
Por meio de nota, a Petrobras afirmou que não tem intenção de retomar o empreendimento no Triângulo Mineiro. Os equipamentos já adquiridos foram colocados à venda, mas o leilão, no dia 23 de fevereiro, não teve nenhum interessado. O prefeito de Uberaba, Paulo Piau (PMDB), em parceria com o governo do Estado, está em busca de investidores na iniciativa privada. “O prejuízo vai muito além do dinheiro gasto. Muitos fornecedores vieram para Uberaba e investiram, acreditando no movimento econômico que seria gerado. A expectativa era tão grande que atraiu vários moradores de fora, principalmente do Nordeste, e a cidade ficou com essa sobrecarga social. A população ficou frustrada, e esse prejuízo é imensurável”, destaca.
Quando a obra parou, a construtora responsável, a Toyo Setal, estava no centro das investigações da Lava Jato. A estatal federal jogou parte da responsabilidade sobre o governo do Estado de Minas, que tinha garantido a construção de um gasoduto, indispensável para levar a matéria-prima até a fábrica, mas não conseguiu.
Para o professor de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Faculdade IBS) e especialista em gestão governamental Cláudio Alfradique, o problema começa por não viabilizar a infraestrutura necessária antes de começar a construção. “Quando se pensa num projeto dessa magnitude, tem que ter todas as garantias necessárias, mas, na linguagem popular, eles colocaram a carroça na frente dos bois, e não conseguiram viabilizar um negócio que custou dinheiro público”, diz Alfradique.
“Parece que ninguém para e pensa antes de fazer um projeto, nem no quanto isso vai impactar a vida de muita gente. Tudo é agravado com as mudanças de governo. A preocupação com o marketing é maior do que a com a viabilidade e conclusão da obra”, afirma o professor da FGV/IBS.
O vice-presidente da área imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-MG), José Francisco Lopes Cançado, afirma que a falta de planejamento é a principal causa das obras paradas e inacabadas. “Falta continuidade de políticas públicas, pois um governante começa a fazer uma obra, depois vem outro e resolve que aquilo não é prioridade e abandona. Esse problema é sério e deveria ser resolvido na esfera da legislação, com leis municipais, estaduais e federais que responsabilizassem aqueles que fazem obras desnecessárias ou abandonam projetos no meio do caminho”, afirma.
Vetor Norte. O diretor da consultoria Héstia, Luiz Antônio Athayde, diz que a ruptura de projetos afeta todo o Estado. “Foi elaborado um minucioso plano macroestrutural, cujos investimentos iniciais se deram no Vetor Norte (em Belo Horizonte, saída para Confins), o qual já deveria ter se conectado com outros vetores para que, nesse momento, toda a região metropolitana pudesse estar em condições de maior competição na retomada do crescimento no país”, ressalta.
Fonte: http://www.otempo.com.br
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