segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Construção civil baiana fecha 44 mil postos de trabalho em três anos



O Produto Interno Bruto (PIB) baiano teve queda de 6,5%, entre 2013 e 2017, de acordo com o levantamento realizado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). Há cinco anos, a soma de todas as riquezas produzidas no estado apresentou crescimento de 7,5%. Já no ano passado, o PIB fechou em apenas 1%. O desempenho registrado no setor da construção civil foi um dos que mais contribuiu para a retração.
No balanço mais atual, divulgado no segundo trimestre deste ano, o PIB do estado fechou em 1,2%. O resultado positivo, mas ainda pequeno, foi influenciado particularmente pelos bons números do setor agropecuário, produto do desempenho em culturas que têm grande peso na atividade econômica baiana, a exemplo da soja, a qual aponta expansão de 12,3% na produção, assim como o algodão (37,1%), milho (18,3%) e cana de açúcar (44,8%).
Na contramão do crescimento, mais uma vez está a construção civil. Se nos três primeiros meses de 2012, essa área crescia em torno de 8,9%, de abril a julho deste ano o resultado foi de -4,8%. O cenário é influenciado pela crise econômica que baixou o nível na oferta de novos empreendimentos imobiliários no estado.
Somente em Salvador e Região Metropolitana (RMS), de 2015 a 2016, a construção civil perdeu 41 mil postos de emprego. De 2016 a 2017, houve nova redução no número de ocupados: menos 3 mil pessoas, de acordo com levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O que significa dizer que, em três anos, o número de postos de trabalho do setor diminuiu em quase um quarto.
No total, em 2014, existiam 154 mil pessoas trabalhando na construção em Salvador e na região metropolitana. O número foi reduzido para 110 mil no último ano, o menor contingente observado desde 2011.
Setor privado
Para o professor de Economia da Universidade Salvador, Gustavo Pessoti, o cenário se deve principalmente por causa da perda de investimentos do setor privado.
“Cerca de 75% da construção, na Bahia, é construção privada. Se nós analisarmos o que está acontecendo com os 25% que representam a construção pública, a gente está vivendo um dos melhores momentos. Porque você tem várias obras que foram realizadas. Entre elas obras do metrô, de requalificação de estradas, de rodovias… Não quero com isso defender o Governo da Bahia. Mas muitas obras públicas foram realizadas e efetivadas ao longo dos últimos anos, e se o peso da construção civil pública fosse maior, era possível que a gente não estivesse enfrentando um cenário de tanta estagnação”, afirma
O professor defende que o cenário de retração só será revertido quando a economia nacional também voltar a ter um crescimento continuado, o que, em sua visão, só voltará acontecer a partir de 2020: “O próximo ano ainda será difícil para a construção civil. Uma retomada mais consistente do crescimento da construção privada requer uma estabilidade, uma política clara de geração de postos de trabalho, o aumento das linhas de financiamento imobiliário, a redução das taxas de juros e a diminuição do nível de endividamento das famílias”.
Lava Jato
Ainda não é possível medir, com clareza, os impactos da Operação Lava Jato na geração de empregos da área da construção civil na Bahia. Acusada de pagar propinas para obter vantagens em contratos de licitação com o governo, a empreiteira Odebrecht, procurada pela reportagem, não divulgou dados sobre os números de vagas que deixou de ofertar por causa da crise.
Mas, historicamente, a empresa tem um impacto significativo na geração de empregos ligados ao setor imobiliário no estado. Criada em 1944, nos seus 74 anos de existência, a Odebrecht já foi responsável por cerca de 800 projetos na Bahia. Em Salvador, por exemplo, foram aproximadamente 440 obras. Entre elas, construções como o Teatro Castro Alves, o terminal de Ferry Boat, a Estação Rodoviária, o Hospital das Clínicas e o aeroporto da capital.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira do Estado da Bahia (Sintracom), José Ribeiro, atualmente a empreiteira não está realizado obras em Salvador: “A empresa não está fazendo absolutamente nada. Serviço na base, na construção, não tem nenhum”, enfatiza. Ribeiro também destaca que a ausência de ofertas de emprego, por parte das grandes construtoras, como é o caso da Odebrecht, provoca um movimento em cadeia. “Quando as empresas grandes deixam de construir, o prejuízo não atinge só elas, mas também as empresas pequenas que prestam serviço para elas. O resultado é o ciclo grande de desemprego”.
Fonte: br.noticias.yahoo.com
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