Os empresários da indústria da construção civil estão mais otimistas com a expectativa de crescimento do setor no cenário futuro. É o que revela a Sondagem Indústria da Construção de junho, divulgada na sexta-feira (26/07) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com apoio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O movimento foi observado em todos os índices de expectativa da pesquisa: nível de atividade (56,4%); novos empreendimentos e serviços (56,4%); compra de insumos e matérias-primas (55,1%); e número de empregados (54,6%).
O presidente do Sinduscon OESP (Sindicato das Indústrias da Construção Civil da Região Oeste do Estado de São Paulo), Aurélio Luiz de Oliveira Júnior, compartilha desse otimismo. “Trata-se de um item fundamental para a construção civil. A percepção das construtoras é que a partir do momento que percebemos que há convergência da pauta econômica com temas estratégicos da construção civil, temos segurança para voltar a investir”, explica Oliveira Júnior.
O representante classista lembra também que pesquisa recente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) revela que a venda de imóveis novos aumentou na capital paulista no último mês de maio. As vendas subiram 27,9% nos cinco primeiros meses de 2019, se comparado ao mesmo período de 2018. Foram vendidas 12.426 unidades, contra 9.713 no ano passado. De acordo com o levantamento, o último mês de maio foi o melhor dos últimos seis anos do setor, em São Paulo. “Embora seja na capital do Estado, serve de termômetro para nos balizarmos”, comenta.
Para o presidente da CBIC, José Carlos Martins, “essa expectativa de crescimento é resultado da confiança dos empresários de que a reforma da previdência será aprovada em segundo turno”, o que muda o cenário de investimento no país, acelerando, inclusive, a geração de novos postos de trabalho no setor. Importante lembrar que, em 2014, a construção civil empregava 3,4 milhões pessoas. Hoje, o setor emprega 2 milhões de trabalhadores.
ÍNDICES DE CONFIANÇA
Segundo a Sondagem Indústria da Construção, o Índice de Confiança do Empresário da Construção (ICEI-Construção) voltou a crescer pelo segundo mês consecutivo, após uma sequência de quedas iniciada em fevereiro. O índice acumula alta de 2,9 pontos nos últimos dois meses, revertendo parcialmente a queda de 7,9 pontos registrada entre fevereiro e maio/2019.
O Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas, também divulgado nesta sexta-feira, subiu 2,6 pontos em julho, para 85,4 pontos, voltando ao nível observado em dezembro de 2018 (85,4 pontos). Em médias móveis trimestrais, o ICST avançou 1,0 ponto.
“O segundo semestre inicia com alta da confiança, a segunda consecutiva, refletindo uma melhora no ambiente de negócios corrente e expectativas de curto prazo mais favoráveis. A iminência de aprovação da reforma da Previdência e a retomada das obras do Programa Minha Casa Minha Vida certamente contribuíram para a melhora do cenário nesses dois últimos meses. No entanto, se a adoção de uma política para incentivar o consumo comprometer a fonte de financiamento do programa habitacional, não haverá sustentação nessa melhora a médio e longo prazo”, destaca a coordenadora de Projetos da Construção da FGV IBRE, Ana Castelo.
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