A década que está chegando ao seu final marcou uma das mais severas e graves crises econômicas no Brasil, iniciada no ano de 2013 e se prolongou até 2018. Ao longo destes seis anos, milhares de empresas fecharam as portas no Brasil, gerando milhões de desempregos e aprofundando uma crise social.
Toda a cadeia que forma a construção civil formada por construtoras, incorporadoras, atividades imobiliárias, fabricantes de materiais e profissionais liberais , responsável por mais de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional não passou incólume a esta onda, sendo também duramente atingida.
Na Região Metropolitana de Campinas (RMC), os seis anos de crise deixaram como um dos principais rastros de destruição o desemprego. Um levantamento que a Habicamp acaba de realizar traz uma dimensão real do problema. De 2013 a 2018 o setor da construção civil fechou 14.842 mil vagas de trabalhos formais, ou seja, com carteira assinada.
A eliminação de vagas por parte das construtoras foi fruto da queda, para não dizer paralisia quase que total, dos investimentos públicos e privados em obras de infraestrutura, construções de novas fábricas e galpões comerciais e da queda de lançamentos imobiliários, este último provocado pelo desemprego, falta de crédito para financiamento e o medo do cliente na aquisição de imóvel a longo prazo, sem saber como a dívida seria paga.
O ano de 2019, até novembro o saldo do ano deve ser divulgado pelo governo federal na segunda quinzena de janeiro indica uma virada no cenário de destruição de vagas dos últimos sete anos. De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregos e Desempregos (Caged), do governo federal, de janeiro a novembro o setor da construção civil já havia gerado 2.558 empregos nas 20 cidades que formam a RMC. Ou seja: por mais que dezembro seja um mês ruim, 2019 termina no verde no que se refere à geração de emprego no setor, após seis anos seguidos de baixas
A década só não foi pior no que se refere ao fechamento de empregos no setor por conta dos três anos que antecederam o inicio do ciclo de crise: entre 2010 e 2012 outros três anos marcados pelas contratações o setor havia gerado 8.669 postos. Ou seja, o saldo da década que termina, até o momento, é de 3.515 pessoas demitidas.
2019 marca uma retomada do ciclo de contratações e geração de empregos que esperamos seja consistente e prolongada. Condições para que isso se concretize são favoráveis, como: juros baixos, retomada do crédito para financiamento habitacional, promessas de investimentos em infraestrutura, aumento de vendas e a volta de lançamentos imobiliários.
Que tudo isso não seja apenas um sopro de esperança. Nossa expectativa é de que o Brasil volte ao trilho do crescimento e construção de uma nova era.
Francisco de Oliveira Lima Filho Presidente da Associação das Empresas do Setor Imobiliário e da Habitação de Campinas e Região (Habicamp), entidade que reúne empresas associadas e 60 empresas parceiras como construtoras, incorporadoras, fabricantes de materiais, investidores e profissionais que atuam em toda a cadeia da construção civil. https://habicamp.com.br
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