terça-feira, 25 de outubro de 2011

Edificações sustentáveis ganham adeptos na engenharia e arquitetura

Com o aumento da ocorrência de fenômenos naturais, maior incidência da poluição e redução de recursos naturais, o tema sustentabilidade vem se tornando a agenda do dia para as administrações, empresas e população em todo o mundo. Uma das alternativas que vêm sendo usadas para manter o crescimento e a produtividade com redução de impacto ambiental é a construção sustentável. As edificações que são projetadas com essa proposta têm em vista as limitações dos recursos disponíveis e devem se manter através de soluções que gerem economia por meio da conservação, reutilização e reciclagem, quando for possível.

Em 2010 o Brasil ocupou a 5ª posição em ranking de certificações Leed, selo americano de Liderança em Energia e Design Ambiental. Foram concedidos 23 selos verdes pelo Green Building Council Brasil no ano passado. Para conseguir esse reconhecimento, é preciso que a edificação atenda pelo menos 26 critérios dos 69 que são considerados. Essas exigências devem ter um padrão de conforto, redução de energia, água, gases efeito estufa, entre outros. Existe também o selo brasileiro, Aqua, criado pela Fundação Vanzolini, entidade ligada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). A organização emitiu 28 certificados Aqua em 2010.

Em Belo Horizonte, existem empresas que desenvolvem projetos de edificações sustentáveis. A Torres Miranda Arquitetura trabalha atualmente no projeto de reforma e ampliação de uma pousada em Arraial do Cabo (RJ), onde estão sendo desenvolvidos oito projetos com essa finalidade. Três dessas propostas têm o objetivo de reutilizar recursos naturais para economizar energia elétrica: o gerador eólico, o painel solar e a iluminação zenital. O gerador eólico converte a energia do vento em eletricidade e foi avaliado como uma alternativa viável, tendo em vista que a construção fica próxima à praia, onde venta muito. O painel solar será instalado na cobertura para aquecer a água de chuveiros ou piscina, dispensando energia elétrica. A iluminação zenital foi pensada para os corredores da pousada. Ela funciona como uma janela transparente no teto, que ilumina o local com a luz do dia, reduzindo a necessidade de lâmpada elétrica.

O escritório de arquitetura também encontrou soluções pra redução do consumo de água: através do reaproveitamento pluvial, que coleta a chuva e envia para um reservatório onde é feita a filtragem. Ela pode ser usada, por exemplo, em torneiras e irrigações de jardim. 

O escritório Izabel Souki Engenharia e Projetos também adota o conceito e apresenta alternativas sustentáveis aos clientes. O aquecimento solar tem bastante adesão entre os projetos residenciais e pode ser distribuído não só para o chuveiro como também em todas as saídas de água da residência, como nas torneiras. “Com um gerador elétrico também é possível fazer isso, mas o gasto com energia elétrica é muito alto. Com o aquecedor solar você tem isso de graça”, analisa Izabel Souki, diretora do escritório. Outra opção é a válvula, que possui botões onde é possível escolher descarga com maior ou menor volume de água, dependendo da necessidade. “Todos os clientes estão instalando, porque a diferença de preço da descarga com a válvula é muito pequena e os benefícios são permanentes”, recomenda Izabel. Estudos indicam que a água consumida nas descargas representa de 50% a 70% do consumo total de um prédio comercial.  Em residências o número é ainda mais expressivo, chega a 80% para remoção de dejetos líquidos. Izabel explica que a válvula entra como mais uma alternativa de economia e preservação. “A pessoa irá reduzir o valor da conta de água, e ainda adere o conceito de sustentabilidade dando sua contribuição para o meio ambiente”, acrescenta.

Outra solução apontada é o reaproveitamento da água da chuva em algumas residências. A água recolhida é usada, entre outras coisas, para aguar o jardim, me torneiras externas e descargas. Uma forma de economizar água e também ajudar o meio ambiente. “Quando ficamos presos ao feijão com arroz fica mais difícil fazer um trabalho diferente e barato. Mas quando o cliente se abre para novas idéias e opções, o arquiteto tem um universo maior de sugestões com preços em conta, decoração arrojada e propostas sustentáveis”, conclui Izabel.



Fonte: Obra24Horas

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