quarta-feira, 31 de julho de 2019

22ª Construsul inicia em Porto Alegre com novidades e expectativas para o setor

Construsul 2019 Solenidade de Abertura - 22ª Construsul inicia em Porto Alegre com novidades e expectativas para o setor

Autoridades e entidades representativas do setor acompanharam a solenidade de abertura da 22ª Construsul – Feira Internacional da Construção, que iniciou nesta terça-feira (30), no Centro de Eventos da FIERGS, em Porto Alegre. Cerca de 40 mil profissionais do setor devem visitar a feira até sexta-feira (02), onde encontrarão mais de 300 empresas expositoras com novidades para diversos segmentos da construção.
O primeiro dia de evento ofereceu diversas atividades paralelas com foco na atualização profissional. A palestra de lançamento do 21º Congresso Brasileiro de Arquitetos, promovida pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB RS), deu a largada para o evento que acontece em outubro, em Porto Alegre. Na oportunidade, o palestrante Rafael Passos falou sobre o cenário atual da profissão, apresentando dados do setor e explicando mais sobre o congresso. “Com o tema ‘Espaço e Democracia’, o congresso falará sobre a democratização do trabalho do arquiteto e o que é importante para isso. É fundamental realizarmos essa palestra na Construsul, pois este é o maior e mais diverso evento do segmento de construção civil e conta com grande participação de arquitetos e importantes espaços de atualização profissional”, destacou.
Neste primeiro dia também ocorreram outros eventos. O Sinduscon-NH realizou o 7º Seminário de Tecnologia e Inovação da Construção Civil; a ARES (Associação Sul-Rio-Grandense de Engenharia de Segurança do Trabalho) realizou a palestra “eSocial em SST (Segurança e Saúde do Trabalho). Sua empresa está preparada?”; e ainda aconteceu a palestra “Soluções para Light Steel Frame”, realizada pela Infibra e Tamlyn. Além disso, a feira contou com diversas palestras técnicas e demonstrativas na Praça Tecnológica, um espaço promovido pela Sul Eventos em parceria com a itt Performance (Instituto Tecnológico em Desempenho e Construção Civil – Unisinos), abordando temáticas e tendências tecnológicas do setor.
Construsul – 22ª Feira Internacional da Construção
DATA: de 30 de julho a 02 de agosto de 2019
HORÁRIO: de terça a sexta-feira, das 13h às 20 horas
LOCAL: FIERGS – Av. Assis Brasil, 8787 – Porto Alegre
PÚBLICO-ALVO: lojistas, construtoras, incorporadoras, empreiteiras, técnicos e trabalhadores da construção civil, engenheiros, arquitetos, decoradores, indústrias, representantes, empresas de importação e exportação, entidades, órgãos de governo, estudantes e outros.
Entrada gratuita para profissionais do setor. É proibida a entrada de menores de 16 anos, mesmo que acompanhados.
Fonte: revistanews.com.br

terça-feira, 30 de julho de 2019

Construção civil aposta na tecnologia para enfrentar dificuldades

Mateus Bruxel / Agencia RBS

Depois da frustração com a economia na largada do ano, empresários da construção civilprojetam que o segundo semestre pode trazer incremento aos negócios, apesar de incertezas seguirem no radar. Conhecido por empregar grande quantidade de mão de obra, o setor foi um dos mais abalados pela recessão e ainda tenta se recuperar. Para enfrentar mudanças no mercado, demonstra preocupação com questões como inovação
O cenário foi descrito nesta segunda-feira (30) por empresários e executivos durante a 22ª Construsul – Feira Internacional da Construção, em Porto Alegre. O evento vai até sexta-feira (2) no Centro de Eventos da Fiergs.
– A incerteza política não deixou as coisas deslancharem, principalmente a partir do segundo trimestre. Esperamos melhora em meses como outubro e novembro, que historicamente são mais movimentados. O cenário para 2020 é mais otimista – afirmou Gustavo Echel, gerente geral de vendas da siderúrgica ArcelorMittal, que tem unidades em municípios como Caxias do Sul.
Outro expositor na feira, o diretor da empresa Graddus, Felipe Soares, avalia que, devido às dificuldades na economia, o setor buscou novas opções. Com sede em Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, a companhia tem foco em acabamentos e passou a apostar em produtos com menor preço à clientela, formada por lojas de materiais de construção. No primeiro semestre, as vendas subiram 15%. No segundo, devem ter alta de 20% a 25%, estima Soares.
– Adaptamos nosso mix de produtos para oferecer melhor custo-benefício aos clientes – disse.
A maior preocupação com a tecnologia no setor pode ser sentida pela instalação de espaço voltado a 11 startups, apelidadas de construtechs. É uma das novidades do evento neste ano.
Uma das empresas nessa área é a ProjetaBIM, de Porto Alegre. Criada em 2015, desenvolveu programa que permite, por exemplo, a exibição de projetos de construção em 3D.
– Engenheiros podem detectar possíveis problemas e se anteciparem aos erros. A iniciativa busca reduzir desperdícios – explicou o sócio Magnus Mancio.
Outra startup, a Augin, converte, por meio de um aplicativo, projetos de construção civil em realidade aumentada. A ferramenta foi lançada em Porto Alegre há um ano. 
– Hoje há maior procura por tecnologia na construção civil para aumentar a competitividade das empresas – apontou Tiago Azevedo, responsável pela área de marketing do aplicativo.
Promovida pela Sul Eventos, a Construsul tem cerca de 300 expositores neste ano. A meta é alcançar 40 mil visitantes até o final da programação. 
O quê: 22ª Construsul - Feira Internacional da Construção
Quando: de 30 de julho a 2 de agosto, das 13h às 20 horas
Local: Centro de Eventos da Fiergs (Av. Assis Brasil, 8787, Porto Alegre)
Quanto: entrada gratuita. É proibido o acesso de menores de 16 anos, mesmo acompanhados. O credenciamento está disponível no site do evento.
Fonte: gauchazh.clicrbs.com.br

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Construção civil tem momento favorável no Estado do Amazonas

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Havia sete meses que o pedreiro Leonardo Câmara sustentava a família com trabalhos informais. A esposa, há dois anos desempregada, contribui para a renda familiar com a venda de picolés em casa. No entanto, há pouco mais de um mês ele conseguiu um emprego na construção civil. “Não é fácil manter a casa e os filhos”, afirma o pedreiro, pai de dois meninos, de 2 e 3 anos.
Leonardo é uma das 1.068 pessoas contratadas em junho para a área de construção civil no Amazonas, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) que foram divulgados na última semana pelo Ministério da Economia.
O indicador mede a diferença entre contratações e demissões. O saldo positivo de 48.436 mil empregos em junho foi resultado de 1.248.106 admissões contra 1.199.670 desligamentos ocorridos no período. No Estado, foram contratados 11.514 trabalhadores e demitidos 9.831
O levantamento mostrou ainda que houve 662 demissões só na construção civil, e o saldo do mês ficou em 406 pessoas empregadas no setor. Leonardo comemora ser um deles.
“Eu fazia “bicos” quando uns colegas chamavam e procurava qualquer coisa que botasse comida em casa. Um vizinho falou que uma construtora ia contratar, aí fui lá e, graças a Deus, gostaram de mim. Eles vão demitindo conforme a obra vai acabando, mas como faço acabamento também, já me disseram que vou ficar até o fim, em dezembro, mais ou menos”, diz Câmara.
Frank Souza, presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil de Manaus (Sinduscon), explica que o período é favorável para o setor. “É uma época boa para preparar o solo, o terreno, tem poucas chuvas, e isso conta. Mas as agendas têm melhorado em 2019 em relação a 2018, o mercado tem tido uma maior confiança, as secretarias têm sido mais receptivas. Houve uma redução de juros da Caixa Econômica, os outros bancos têm acompanhado, então, quanto maior o crédito, maior a contratação”, avalia.
Obras
Sem citar quantidade de construções públicas e privadas na capital, Souza destaca que as obras públicas puxadas pelo município de Manaus têm ajudado a geração de empregos. Em seguida estão as obras estaduais e federais.
Crescimento
No Amazonas, o maior saldo de contratados foi o da indústria com 509. Foi seguido da construção civil que contratou 1.068, desligou 662 e ficou com saldo de 406. O setor de serviços ficou com 309. E o comércio com 297.
No apurado de janeiro a junho, o saldo estadual é de 5.509 empregos com carteira assinada. Nesse período, contudo, o comércio apresenta saldo negativo de 1.189 contratos. Em relação aos últimos doze meses, o Amazonas registra 11.714 de resultado positivo.
O resultado de junho foi o melhor para o período desde 2013, quando, no mesmo mês, foram geradas 123.836 vagas. Em junho de 2018 foram registradas mais demissões do que contratações, gerando saldo negativo de 661 vagas.
Análise: Alfredo Lopes, consultor da Cieam
Os dados da Economia já mostram um discreto crescimento nacional, mas nada muito anormal, não dá para fazer festa, mas já é uma tendência nacional. Com os rumores da reforma da Previdência começam a mostrar alguns sinais de forma de investimento, então isso é motivo para a gente observar, primeiramente, depois de tanto tempo nessa crise disfarçada que não ia embora, a economia começa a mostrar algum ponto ou outro de recuperação.
Há uma discreta tendência para se manter esse número. O segmento de Duas Rodas, que é um segmento que gera muito emprego, que tem-se destinado e gerado muitos serviços, é o segmento que tem mostrando uma tendência na recuperação da Economia, apresentado um crescimento.
Comentário: José Fernando, economista da Fecomércio
Houve uma recuperação nos empregos no setor industrial, enquanto o comércio continua com uma leve queda, conforme os dados que nós temos. O segundo semestre, via de regra, é bem melhor que o primeiro pro comércio.
Nós esperamos uma reação favorável, mesmo porque o comércio já está se mobilizando e vem aí uma campanha muito forte para o Dia dos Pais, em seguida temos o Dia das Crianças, e antes do Natal tem a Black Friday, que inclusive já há uma movimentação grande de preparação. A data já entrou pro calendário e tem sido muito proveitosa para o setor.
Nós acreditamos que haverá um crescimento do comércio nesse segundo semestre, pelo menos a expectativa dos empresários está muito boa.
A expectativa é de recuperação de emprego, de mais oferta no setor porque temos essas datas que aquecem, que trazem movimentação da economia e que acabam gerando mais emprego.
Fonte: /www.acritica.com

domingo, 28 de julho de 2019

Construção civil registra inflação de 0,91% em julho, diz FGV

Construção civil

O Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) registrou inflação de 0,91% em julho, percentual superior ao apurado no mês anterior (0,44%). Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), o INCC-M acumula taxas de 2,73% no ano e de 3,95% em 12 meses.
A maior alta de preços foi observada no custo da mão de obra, que ficou 1,63% mais cara em julho. A mão de obra auxiliar teve inflação de 1,74%.

Os serviços ficaram 0,20% mais caros no mês, puxados principalmente pelos aluguéis e taxas (0,34%).
Os materiais e equipamentos tiveram uma taxa mais moderada (0,04%). Se por um lado, o material para pintura ficou 1,63% mais caro, por outro, o material metálico ficou 0,65% mais barato.


sábado, 27 de julho de 2019

Baixa demanda esfria setor da construção civil

 Redução na execução de projetos é principal problema para 37,9% dos empresários
Em um momento delicado para a construção civil, ao menos 37,9% dos empresários do setor têm como principal preocupação a baixa demanda interna de execução de projetos, segundo estudo publicado ontem pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI). Além disso, em Minas Gerais, o setor trata com receio a liberação de parte do FGTS, que promete injetar R$ 40 bilhões na economia do país, mas pode comprometer o principal meio de financiamento de imóveis.
O estudo da CNI, referente ao primeiro semestre de 2019, aponta um leve crescimento de 2% de insatisfação do empresariado com a baixa demanda interna. No primeiro trimestre deste ano, eram 35,2% de empresários satisfeitos, contra 37,3% no acumulado dos seis meses deste ano. Estudo do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) publicado em julho deste ano mostrou que a habitação, que teve 90,64% dos recursos enxugados, foi a área mais afetada com o contingenciamento de R$ 31 bilhões determinado pelo Planalto.
Mesmo diante desse quadro, a CNI avalia que o cenário atual é “menos negativo” do que o projetado no início do ano, apresentando “sinais de melhora”.
Para o diretor da área imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Ricardo Catão, parte do otimismo da construção civil está atrelado às reformas capitaneadas pelo governo federal, como a da Previdência.
“A nossa expectativa é que os investimentos comecem a retornar a partir da aprovação das reformas, que vai dar mais segurança ao mercado para investir. É claro que não será imediato, mas é o necessário para o economia se aquecer”, diz Catão. 
Ainda assim, o Sinduscon-MG observa com cautela a medida anunciada pelo governo nesta semana porque, comumente, o saldo acumulado do FGTS é usado para o financiamento de imóveis. Já neste ano, com a autorização para os saques de até R$ 500, a expectativa é injetar R$ 28 bilhões na economia. 
“Ainda que seja positivo o dinheiro movimentando a economia, há um receio de o FGTS deixar de ser usado para a compra da casa própria. Vamos aguardar o governo, que diz que não haverá impacto nesse sentido. Estamos otimistas”, avalia Catão.
Outros problemas
A pesquisa da CNI também identificou que o empresariado brasileiro identificou como principais problemas, no primeiro semestre deste ano, a falta de capital de giro (28%), a inadimplência dos clientes (25,6%), a burocracia excessiva (24,2%), as taxas de juros (23%) e a ausência de mais financiamentos a longo prazo (14,3%).
Fonte: www.hojeemdia.com.br

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Falta de demanda preocupa construção civil, diz CNI

Construção civil

A falta de demanda interna foi apontada como um dos principais problemas enfrentados pelas empresas do setor de construção civil, segundo a Sondagem Indústria da Construção referente a junho. A pesquisa foi divulgada hoje (26) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A entidade, no entanto, avalia que o cenário atual do setor é “menos negativo”, apresentando “sinais de melhora”, se comparado ao que foi projetado no início do ano.
De acordo com o levantamento, relativo ao segundo trimestre de 2019, a demanda interna insuficiente foi apontada como um dos principais problemas enfrentados pelas empresas, por 37,3% dos empresários pesquisados – atrás apenas da carga tributária (37,9%). No primeiro trimestre a preocupação com a demanda insuficiente estava pouco abaixo, sendo mencionada por 35,2% dos entrevistados.
Também foram citados, como principais problemas enfrentados pela indústria da construção no segundo semestre, a falta de capital de giro (28,8%), a inadimplência dos clientes (25,6%), a burocracia excessiva (24,2%), a taxa de juros elevados (23%) e a falta de financiamento de longo prazo (14,3%). Diante desse cenário, a CNI defende que o governo adote “ medidas que possam lidar com a falta de demanda e que facilitem o financiamento certamente seriam positivas para o setor”.
Diante desse cenário, a indústria operou, em junho, com 43% do pessoal, das máquinas e dos equipamentos parados. “O quadro ainda é difícil para o setor, mas há uma tendência de melhora futura”, avalia a CNI, tendo por base o crescimento, pelo quinto mês consecutivo, dos indicadores de nível de atividade e de emprego no setor.
“Os índices ligados a atividade, mesmo sem atingir o campo positivo, crescem desde fevereiro, traçando quadro mais positivo do que se projetava no início do ano. Além disso, os índices de condições financeiras, ainda que bem abaixo do observado antes da crise, voltaram a melhorar no segundo trimestre”, diz o documento divulgado pela CNI.
Segundo a entidade, o índice de nível de atividade aumentou 1,3 ponto na comparação com maio, registrando 48,2 pontos – o maior desde novembro de 2013. Já o índice de evolução do número de empregados cresceu 2,2 pontos na comparação com maio alcançando 47,2 pontos, o maior desde outubro de 2013.
“Embora os dois índices continuem abaixo dos 50 pontos, mostrando o desempenho negativo da atividade e do emprego, o cenário é mais animador do que o projetado no início do ano”, informa a pesquisa.

Margem de lucro e situação financeira

As empresas se dizem insatisfeitas com suas margens de lucro, índice que ficou em 40,1 pontos, e com a própria situação financeira (34,9 pontos). Estes indicadores variam entre zero e 100 pontos. Quando mais abaixo dos 50 pontos, mais insatisfeitas as empresas estão.
Alguns indicadores relativos a expectativa e confiança para os próximos seis meses ficaram acima dos 50 pontos, o que, segundo a CNI, mostra que os empresários “esperam o aumento do nível de atividade (índice que registrou 56,4 pontos), de novos empreendimentos e serviços (56,4), da compra de insumos e matérias-primas (55,1) e do emprego (54,6)”.
Já o Índice de Confiança do Empresário da Construção (ICEI-Construção), que mede expectativa para julho, registrou 58,7 pontos, número 9,8 pontos acima do registrado em julho do ano passado.
A Sondagem Indústria da Construção foi feita entre 1º e 11 de julho com 488 empresas (172 de pequeno porte; 209 de médio porte; e 107 são de grande porte).

quinta-feira, 25 de julho de 2019

Dependente de recursos do FGTS, setor da construção enfrenta recuperação lenta



Um dos setores mais afetados pela crise, a construção também tem sido um dos que enfrentam a maior dificuldade para sair dela – o que afeta a retomada econômica como um todo. Nesse cenário, o setor se tornou um dos pontos de discussão em torno da decisão do governo de liberar o saque de contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Os recursos do FGTS são usados para financiar programas de habitação, a exemplo do Minha Casa Minha Vida, e de obras de infraestrutura com juros mais baixos. Por isso, representantes do setor vinham se posicionando contra a liberação dos saques. No ano passado, a construção civil representou 4,46% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Retomada lenta da construção:

R$ 357,7 bilhões em serviços em 2013, contra R$ 280 bilhões em 2017
827 mil postos de trabalhos perdidos desde 2013
índice de confiança passou da casa dos 100 pontos em 2013 para os atuais 82
faturamento das empresas do ramo com ações na bolsa caiu pela metade

Tomando como referência dos dados de antes da recessão, iniciada em 2014, os números apontam para o encolhimento do setor. Em 2013, ele estava em plena expansão: as empresas de construção realizaram incorporações, obras e/ou serviços no valor corrente de R$ 357,7 bilhões, registrando, em termos reais, expansão de 3,7% na comparação com o ano anterior.

Já o dado anual mais recente, de 2017, é de que a atividade da construção gerou R$ 280 bilhões em valor de incorporações, obras e serviços – um recuo em relação aos R$ 318 bilhões do ano anterior. Os números são da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A redução da atividade se refletiu no mercado de trabalho. Desde o período pré-crise, em 2013, o setor da construção civil já perdeu mais de 800 mil postos de trabalho formais, considerando dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) até maio de 2019.

Especialistas comentam que uma das dificuldades em retomar os empregos nessa área vem da falta de confiança dos empresários do setor. O primeiro motivo são as dúvidas em relação ao potencial de reaquecimento do mercado imobiliário. Em cidades como São Paulo, por exemplo, os números de vendas de imóveis novos vêm subindo na comparação com o ano anterior. Com o desemprego ainda em alta, no entanto, a consistência dessa recuperação ainda gera incertezas.

Obras de expansão no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas — Foto: Carlos Bassan / Prefeitura de Campinas

Mas os analistas acrescentam que o principal fator que explica a demora para a indústria da construção começar a ganhar força é a trava nos investimentos públicos. Isso porque, com as contas públicas em dificuldades, o governo não investe em obras de infraestrutura e saneamento.

“Por isso que a gente fala que o investimento é o indutor do processo de crescimento da economia. Na medida em que o governo está totalmente encrencado com o ajuste fiscal e não tem caixa para realizar essas obras, toda a economia acaba pagando de alguma maneira”, analisa o economista Otto Nogami, do Insper.

Essas incertezas explicam a falta de confiança dos empresários da construção. Na comparação com o pior momento da recessão, a confiança do setor voltou a subir, mas ainda não se recuperou do abalo da crise. É o que mostram dados do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) e Fundação Getúlio Vargas (FGV). O índice que mede a confiança do setor começou o ano de 2013 acima do patamar de 100 pontos. Atingiu mínimas na casa dos 60 pontos em 2016, até chegar aos 82 pontos do dado mais recente, de junho de 2019.

“Em 2016 a gente observou uma certa melhora depois de ter chegado ao ponto mínimo, mas a recuperação estava sendo muito mais lenta do que costuma ser. Até que a gente percebeu que em 2018 parou de subir”, aponta Rodolpho Tobler, economista da FGV/IBRE, completando que o cenário atual mostrado pelo índice é o de que “está havendo um aumento do pessimismo”.

“Até o final do ano passado, tinha a perspectiva de melhora, com expectativas de leilões, reformas. Só que as coisas demoraram um pouco mais para acontecer, a atividade veio muito fraca”, diz o especialista.

Empresas faturando menos

Os resultados das empresas do ramo também mostram a lentidão da recuperação do setor. Dados da Economatica mostram os efeitos da crise sobre as empresas do ramo de construção que têm ações negociadas na bolsa: Cyrela Realty, MRV, Eztec, Even, Direcional, JHSF, Trisul, Helbor, Tecnisa, Gafisa, Rni, Viver, Rossi Residencial, PDG Realty e Cr2.

Ao final de 2018, a soma das receitas das empresas do ramo de construção era de aproximadamente metade da registrada antes da crise: R$ 30 bilhões em 2013 contra R$ 15 bilhões no ano passado.

Já a soma do resultado (lucro) das empresas, que em 2013 chegou a R$ 3,5 bilhões, saiu do positivo em 2015 e ainda não se recuperou. Em 2018, foi negativo em R$ 2 bilhões (uma piora em relação ao R$ 1,6 bilhão do ano anterior).

Além da crise econômica e seu efeito intenso sobre o setor de construção, analistas também apontam os efeitos das irregularidades descobertas pela Operação Lava Jato envolvendo empresas importantes do mercado.

Fachada da sede da Odebrecht em SP — Foto: Kevin David/A7 Press/Estadão Conteúdo


Uma das principais atingidas foi a Odebrecht, que chegou a faturar R$ 107 bilhões em 2015, antes de se ver envolvida nas investigações – mas, em junho deste ano, pediu recuperação judicial, sob peso de dívidas de R$ 65,5 bilhões. A empresa perdeu cerca de 80% do quadro de funcionários.

“Ainda que a Operação Lava Jato tenha um mérito positivo de combate à corrupção e pressão de mudança nas empresas, o fato é que a repercussão foi muito ruim para as grandes construtoras do país, com algumas ainda se debatendo para sobreviverem. E isso afeta um setor superimportante que é o da construção”, analisa a economista-chefe da Tendências Consultoria, Alessandra Ribeiro.

Expectativas por investimentos de fora



Chineses do Spic levaram a usina de São Simão por R$ 7,8 bilhões em leilão em 2017 — Foto: Reuters

Os economistas também apontam que a dificuldade do governo em acertar as contas públicas atrapalha o setor da construção não apenas pela incapacidade de investimentos, mas também porque não estimula que empresas estrangeiras tragam investimentos para obras no Brasil.

Tobler diz que, mesmo com o avanço da reforma da Previdência no Congresso, “é difícil imaginar que a gente vá ter uma aceleração rápida” no setor de construção. “Por mais que a reforma possa destravar o setor público, isso não é imediato.”

Além disso, Nogami aponta que as concessões para empresas estrangeiras nem sempre têm efeitos diretos e significativos sobre a indústria de construção no Brasil. “O que está acontecendo é que, na medida em que o governo vende algumas concessões para multinacionais, essas empresas estão trazendo insumos de seu país de origem em vez de adquirirem aqui. As concessões de transmissão de energia elétrica, que hoje estão nas mãos dos chineses, para a China é interessante ter a produção dela para a construção das linhas. A indústria local fica parada.”

Mesmo assim, a expectativa pela vinda de investimentos estrangeiros para reaquecer o setor existe.

“O que o setor está precisando mesmo é de investimento, seja estrangeiro ou nacional. É de financiamento para destravar essas obras”, resume Tobler.

“A partir do momento em que o governo consegue economizar, começa a liberar recursos para começar a investir. Não é rápido. Com a reforma da Previdência aprovada, a capacidade de geração de caixa deve ocorrer em um ou dois anos, mas pelo menos é um alento para a sociedade, os empresários e o investidor estrangeiro”, diz Nogami,


Fonte: g1.globo.com

quarta-feira, 24 de julho de 2019

FGTS: Construção civil teme redução de financiamentos imobiliários na Grande Florianópolis

Se por um lado o comércio e indústria de SC vê crescimento com o anúncio da liberação de parte do FGTS, o setor da construção civil teme a diminuição dos financiamentos imobiliários. Responsável por 27% do PIB (Produto Interno Bruto) em Santa Catarina em 2016, a construção civil é um dos setores mais afetados pela crise econômica.
Para Hélio Bairros, do Sinduscon, é importante liberar o fundo para impulsionar a economia, mas necessário que se faça com restrições – Marco Santiago/ND
Para Hélio Cesar Bairros, presidente do Sinduscon (Sindicato da Indústria de Construção) da Grande Florianópolis, a iniciativa de impulsionar a economia é positiva, no entanto, é necessário que se faça com restrições.
“A economia está estagnada e claro, e a gente ainda não sabe direito como será feito, mas para o setor, pode até trazer alguma diminuição de recursos, mas a gente acredita que o governo não vai fazer uma liberação ampla, haverá restrições”, disse.
Em Santa Catarina, o setor apresenta uma participação na Indústria superior ao Brasil. Ao todo, o índice é de 5.8%, enquanto no Brasil é de 5.1%. No período de 2010 a 2017, segundo dados da Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina) o número de trabalhadores do setor de construção caiu 4,7%. No Brasil, o cenário é semelhante, com recuo de 25,5% nos empregos no mesmo período.
 Como consultar o seu FGTS:
No site da Caixa Econômica Federal, é possível consultar as informações do fundo. O trabalhador, no entanto, precisa saber o número do PIS/PASEP e preencher um questionário com dados pessoais para criar uma senha.
O fundo é uma reserva financeira que foi criado para proteger o trabalhador quando é demitido sem justa causa. Todos os meses, os empregados depositam no fundo o valor correspondente a 8% do salário. Formalizado em 1967, o FGTS tem sido a maior fonte de recursos para a habitação popular e o saneamento básico.
Glossário:
Conta ativa: corresponde à conta do atual emprego, ou seja, a conta que ainda recebe depósitos, que são descontados todos os meses dos trabalhadores com carteira assinada.
Conta inativa: diz respeito aos fundos dos empregos anteriores. Trabalhadores que pediram demissão ou foram demitidos por justa causa contam com o fundo administrado pela Caixa.
Fonte: ndmais.com.br

terça-feira, 23 de julho de 2019

Mercado da construção civil tem aquecimento na região dos Campos Gerais

O mercado da construção civil teve um aquecimento de 10% no primeiro semestre de 2019 na comparação com o mesmo período do ano passado, na região dos Campos Gerais. É o que mostra o levantamento do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), referente às Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs), que são registradas por profissionais de Engenharia junto ao Conselho. Os números são referentes à Regional Ponta Grossa e englobam execuções de obras civis e serviços como avaliações, perícias e projetos.
De janeiro a junho deste ano foram registradas 2.900 ARTs e, no primeiro semestre de 2018, foram 2.653 emissões de ARTs na Regional do Crea-PR em Ponta Grossa, que contempla 22 municípios que fazem parte das Inspetorias de Ponta Grossa, Castro e Telêmaco Borba.  Com exceção da Inspetoria de Telêmaco Borba, as de Ponta Grossa e Castro apresentaram aumento nas emissões de ARTs. Na Inspetoria de Ponta Grossa foram 1.766 ARTs, incremento de 12% em relação ao primeiro semestre de 2018 e, na inspetoria de Castro, o aumento foi de 6%, passando de 585 para 622 Anotações.
Entre os municípios, Castro apresentou aquecimento de 19% no mercado da construção civil, passando de 227 para 270 emissões de ARTs. Em Ivaí, o número de ARTs saltou de 29 para 66, aumento de 127%. Ponta Grossa registrou incremento de 10%, passando de 1.291 para 1.428 emissões no primeiro semestre de 2019. Em Arapoti, Carambeí, Curiúva, Imbaú, Imbituva, Palmeira, Piraí do Sul, Porto Amazonas, Sapopema, Sengés, Teixeira Soares, Telêmaco Borba e Tibagi também foi crescente a emissão de ARTs da área de Engenharia Civil.  Já as cidades de Ipiranga, Jaguariaíva, Ortigueira, Reserva, São João do Triunfo e Ventania registraram queda no mercado da construção civil.
“O número de ARTs serve como indicador da economia do Estado, das regiões e municípios nas áreas da Engenharia, já que os profissionais e empresas destas áreas estão sujeitos ao registro compulsório da ART quando são contratados para a execução de obras e prestação de serviços”, explica o gerente do Crea-PR em Ponta Grossa, o Engenheiro Agrônomo Vânder Della Coletta Moreno. Ainda segundo ele, o aumento elevado e pontual do número de ARTs registrado em alguns municípios da região é resultante do aquecimento localizado do mercado da construção civil em função da execução de empreendimentos de maior porte, como também das ações de fiscalização do Crea-PR ou das prefeituras, ocasionando a regularização das obras e consequente contratação de serviços de Engenharia.
Sobre o Crea-PR
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), autarquia que este  ano comemora 85 anos, é responsável pela regulamentação e fiscalização da atuação de profissionais e empresas das áreas da Engenharias, Agronomias e Geociências. Além de regulamentar e fiscalizar, o Crea-PR também promove ações de atualização e valorização profissional por meio de termos de fomentos disponibilizados via Editais de Chamamento.

Fonte: www.diariodoscampos.com.br

segunda-feira, 22 de julho de 2019

Construção civil entra em campo para amenizar saques do FGTS

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Enquanto o Congresso está em recesso, o tema dos próximos dias passa de reforma da Previdência ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
Representantes do setor da construção civil e a equipe econômica do governo discutem nesta segunda-feira, 22, os últimos detalhes para a liberação do saque de parte do FGTS aos trabalhadores, cujo plano detalhado está previsto para ser anunciado na próxima quarta-feira, 24.
O governo pode disponibilizar 42 bilhões de reais do fundo, como forma de estimular a economia. Mas o setor de construção civil argumenta que liberar os saques desaceleraria o Minha Casa, Minha Vida, programa de moradias populares do governo federal no qual o FGTS dos trabalhadores costuma entrar como parte do financiamento. Nos últimos três anos, 44% das moradias do programa foram financiados pelo FGTS.
Foram justamente as discussões com a construção civil que levaram o governo a adiar o anúncio do plano para os saques, previsto inicialmente para a última quinta-feira, 18.
Líderes do setor da construção civil, como Rubens Menin, dono da MRV, e Ricardo Valadares Gontijo, presidente da Direcional Engenharia, foram pessoalmente se encontrar com o presidente Jair Bolsonaro (que os recebeu fora da agenda).
Enquanto isso, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria e Construção (CBIC), José Carlos Martins, reclamou com o ministro da Casa-Civil, Onyx Lorenzoni, por não ter sido consultado pelo ministério da Economia.
A liberação do FGTS já havia sido feita em 2017 pelo presidente Michel Temer, que liberou 44 bilhões de reais, também como forma de estimular a economia. Os empresários questionam que, na ocasião, a construção civil já sofreu um baque, e que novo saque agravaria mais a situação.
Menin, da MRV, disse ao UOL que espera que o governo não tome nenhuma medida “estabanada” que prejudique a liquidez do FGTS.
Um estudo Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) aponta que a cada 100.000 reais sacados do fundo, uma moradia deixa de ser construída, o que implica em mais de 400.000 casas a menos caso a proposta dos saques avancem. Martins, da CBIC, afirmou que ter parte do FGTS retirado tiraria 500.000 empregos do setor.
Defensores da liberação dos saques, por outro lado, afirmam que o FGTS, hoje com cerca de 400 bilhões de reais, é um fundo que rende pouco e que o trabalhador faria melhor uso do dinheiro podendo retirá-lo para outros fins.
O governo ainda não anunciou a quantia que liberará para os saques ou a periodicidade com que o dinheiro poderá ser retirado. Mas as próximas conversas com a construção civil, certamente, serão decisivas para o texto final.
Fonte: exame.abril.com.br