As vendas da indústria brasileira de cimento somaram 25,8 milhões de toneladas no primeiro semestre, uma alta de 1,5% ante mesma etapa de 2018, movimento impulsionado pela retomada da construção civil, informou nesta segunda-feira o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (Snic).
Mas as vendas isoladas de junho caíram 15,7% no comparativo anual, a 4,2 milhões de toneladas. Segundo a entidade, a queda refletiu efeitos atípicos, dado que em junho do ano passado o segmento teve fortes resultados, recuperando-se de um tombo em maio, quanto o ritmo foi atingido pela greve dos caminhoneiros.
O acumulado de janeiro a junho veio dentro das projeções da Snic. A previsão para 2019 é de alta de 3%.
"A expectativa para o segundo semestre é de crescimento bem mais robusto", disse em entrevista o presidente do Snic, Paulo Camillo, citando os sinais de aceleração dos lançamentos imobiliários.
Segundo a Abecip, que representa as instituições que financiam a compra de imóveis, os empréstimos imobiliários com recursos da poupança no país atingiram 27,7 bilhões de reais nos primeiros cinco meses do ano, alta de 39,7% sobre um ano antes.
Segundo Camillo, a expectativa pela iminente aprovação da reforma da Previdência também está acelerando indicadores antecedentes de consumo, como os de vendas de produtos como vergalhões, brita e outros artefatos a base de cimento.
RECUPERAÇÃO LENTA
Se a projeção for confirmada, a indústria brasileira de cimento terá neste ano a primeira alta anual após quatro anos consecutivos de forte retração, segundo o Snic. Nesse período, as vendas caíram de um total de 71,5 milhões de toneladas em 2014 para 53 milhões no ano passado.
"Estamos usando praticamente metade da nossa capacidade de 100 milhões de toneladas por ano", disse Camillo. "É a pior crise da história do setor."
Segundo ele, a reação recente mais forte da construção civil tem elevado fortemente a participação do segmento entre os principais consumidores de cimento. Ao mesmo tempo, a fatia da construção civil, que respondia por cerca de um quarto do total em 2011, atualmente representa aproximadamente 10%.
"A retomada dos projetos de infraestrutura está bem mais devagar", afirmou Camillo. "Há sinais de alguma coisa em projetos de mobilidade urbana no segundo semestre."
Fonte: extra.globo.com
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