sábado, 23 de maio de 2020

Construção Civil tem 50% de ociosidade em abril e frustra recuperação



A crise econômica que veio com a pandemia do novo coronavírus impôs um duro castigo à Construção Civil, segmento que esperava para 2020 a recuperação depois de seis anos de perdas de negócios. Segundo a Sondagem da Construção Civil divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), no mês passado o setor de construção registrou uma ociosidade de 50%, índice mais baixo da série histórica iniciada em 2012. Essa é a média nacional, já que a queda de atividade tem sido especialmente dura em estados menores, como o Piauí.
“Essa queda reflete os efeitos da crise provocada pelo coronavirus na atividade e não há dúvidas de que a alta ociosidade da indústria deve permanecer enquanto durar o isolamento social”, diz Renato Fonseca, gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI. A pesquisa mostra que os índices de evolução do nível de atividade e do número de empregados permanecem bem abaixo da linha de 50 pontos. O indicador de evolução do nível de atividade registrou 29,4 pontos e o índice de evolução do número de empregados recuou para 24,1 pontos. Esse dado varia entre 0 e 100 e todo valor abaixo de 50 é negativo (em relação à atividade, por exemplo, abaixo de 50 aponta desaquecimento).
Os dados são de abril, mas divulgados agora e por isso a CNI chama de “Sondagem de Maio”. Nela o ICEI-Construção (que é o Índice de Confiança do Empresário Industrial da Construção) registrou 37,6 pontos, bem abaixo dos 50 pontos, quando começam as expectativas otimistas. Os componentes do ICEI-Construção mostram que a avaliação das condições correntes se tornou mais negativa, embora o pessimismo com relação aos próximos seis meses tenha diminuído.
Os resultados dos últimos meses são especialmente terríveis porque frustram a expectativa do setor, que esperava para 2020 uma forte recuperação.

Piauí apostava em reaquecimento

A frustração no setor da construção pode ser encontrada no próprio estado do Piauí. A construção vem penando desde o final de 2014, quando se estabeleceu um quadro recessivo que foi especialmente duro em 2015 e 2016. Nesse biênio, o setor perdeu no estado 22 mil dos 44 mil trabalhadores. Em 2018 e 2019 havia expectativa de recuperação, mas ela não ocorreu, apesar do segundo semestre do ano passado ter apresentar alguns sinais animadores. A pandemia do coronavírus fez que a esperança se esvaísse.
O setor de construção até começou o ano prometendo novos lançamentos. Várias construtoras fizeram um esforço especial de venda em fevereiro e março, animadas pelo aporte de crédito, a redução dos juros e outras facilidades oferecidas pelo governo federal. Mas a pandemia trouxe um forte quadro de incerteza, fazendo que muitos contratos já alinhados não se concretizassem. Talvez mais que em outros estados, no Piauí o coronavírus frustrou seriamente as expectativas para 2020.

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