sábado, 28 de janeiro de 2012

Clube de Engenharia cria comissão para investigar desabamento de edifícios no Rio de Janeiro

Prédios caíram na última quarta-feira. Hipótese mais provável seria o rompimento estrutural de uma das construções


Mauricio Lima


Agência Brasil
Até o momento, 11 corpos foram encontrados sob os escombros
O Clube de Engenharia do Rio de Janeiro criou uma comissão independente para investigar a causa do desabamento de três edifícios no Rio de Janeiro, ocorrido na última quarta-feira (25).

De acordo com o vice-presidente do Clube de Engenharia e coordenador da comissão, Manoel Lapa, um grupo de quatro engenheiros civis com mais de 30 anos de experiência em estruturas participará da investigação. Atualmente, peritos da Polícia Civil conduzem as investigações.
O engenheiro afirma que a comissão só poderá começar os trabalhos no momento em que a defesa civil liberar a área, após o término das buscas por desaparecidos. Sobre as causas do desabamento, Lapa cogita que realmente tenha havido problemas estruturais no edifício. "Levando em consideração o depoimento das testemunhas, é possível perceber que ninguém ouviu barulho de explosão. Elas dizem ter ouvido estalos, o que pode caracterizar uma ruptura do concreto da estrutura", disse.

Segundo Luiz Consenza, coordenador da comissão de análise do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), a hipótese de explosão ainda não foi descartada, mas é menos provável. "Se houvesse a explosão, o primeiro andar seria o primeiro a cair, mas as imagens mostram que o prédio caiu de cima para baixo", diz.

Agência Brasil
Trabalhos de investigação serão demorados, em função do grande volume de entulho

De acordo com Consenza, o Crea-RJ e a Polícia trabalham com a hipótese de que as obras realizadas no terceiro e nono andares de um dos edifícios possam ter causado o rompimento da estrutura. O engenheiro afirma que essas obras não estavam registradas junto ao Crea-RJ. "A última obra da qual temos registro nesse edifício data de 2008. Queremos agora descobrir quem era o engenheiro responsável pela obra para verificar exatamente quais trabalhos estavam sendo realizados no edifício", afirma. Segundo Consenza, o advogado da empresa responsável pela ocupação do prédio afirmou que as obras eram somente de troca carpete e de pintura.
Consenza acrescenta, no entanto, que independentemente das obras, o edifício já apresentava indícios de problemas estruturais como, por exemplo, a colocação de janelas na empena cega do prédio, entre outros. Segundo ele, o Crea-RJ também está apurando as declarações de que o prédio teria sido afetado estruturalmente pelas obras do metrô realizadas anteriormente, mas que a teoria também não é provável.
Sobre o resultado das investigações, o engenheiro afirma que os trabalhos serão demorados, em função do grande volume de entulho.
Até o momento, 11 corpos foram encontrados nos entulhos dos três edifícios. O maior prédio, de 20 andares, data de 1940 e teria sido o primeiro a desabar. Os outros dois edifícios, um de 4 andares e outro de 10 andares, construídos em 1938, teriam caído com o peso dos escombros do prédio maior.

Fonte: PINIweb

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