O canteiro de obras do Complexo Petroquímico do Estado do Rio (Comperj), em Itaboraí, um dos principais símbolos do caso de corrupção na Petrobras revelado pela Operação Lava-Jato, vai voltar à atividade com a retomada das obras, paradas há cerca de três anos. A construção da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) vai representar investimentos da ordem de R$ 4 bilhões, e a geração de cerca de 5 mil empregos. As obras devem ser retomadas em junho e a Petrobras pretende oferecer cursos, especialmente de segurança, para os trabalhadores.
A notícia da retomada dos investimentos no Complexo Petroquímico de Itaboraí gerou otimismo no setor de energia e expectativa para o início da temporada de contratações, especialmente para categorias que sentiram os efeitos mais severos da crise e do aumento do desemprego. Para especialistas do setor de óleo e gás e de recursos humanos, serão dois momentos na busca de profissionais: o primeiro voltado aos empregados de construção civil, e depois será a vez de oferecer oportunidade a técnicos e engenheiros especializados na operação da UPGN.
— Essa unidade já estava prevista e não podia deixar de ser feita. É o principal projeto de gás no país dos próximos anos dois, três anos. Sem dúvida, é uma obra gigantesca que vai ter contratações de todos os âmbitos, desde construção civil, com empregados de obra, mas também vai mexer com todo mercado de gás e prestadores de serviço. Há necessidade de técnicos e engenheiros mais qualificados e demanda em cadeia — avalia João Almeida sócio do setor de Petróleo e Gás Demarest Advogados.
A Petrobras já anunciou que antes do início das obras, previsto para junho, irá oferecer cursos aos trabalhadores contratados, especialmente ligados à segurança do trabalho. Para Luiz Pinguelli Rosa, professor da Coppe-UFRJ, o país vai precisar de geração de gás natural nos próximos anos, especialmente para funcionar como back-up para geração de energia via usinas eólicas. Ele acrescenta que, para colocar a unidade em operação, serão necessários investimentos substanciais.
—O Brasil tem gás, mas é mais caro e ainda importamos esse produto. O que o país tem em abundância é óleo. A troca de matéria prima vai exigir uma série de adaptações, cursos e treinamentos — afirma Pinguelli Rosa.
Na indústria da construção da construção civil do Rio, que convive com uma fase aguda da crise e aumento do desemprego, a notícia foi recebida com otimismo. Segundo dados do Serviço Social da Indústria da Construção do Rio de Janeiro (Seconci-Rio), no final de 2016, havia mais de 60 mil profissionais ativos nas empresas associadas à entidade. Hoje, são menos de 40 mil.
— É claro que a retomada do Comperj recolocará no mercado de trabalho formal uma série de profissionais que estão trabalhando na informalidade. E eles têm experiência, são capacitados — observa Ana Cláudia gomes, gerente de relações institucionais do Seconci-Rio.
A movimentação também gera empregos com a contratação de fornecedores e indiretamente nas áreas de alimentação, transportes, locação imobiliária, entre outros. A empresa não informou o período de contratações.
Fonte: extra.globo.com
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