segunda-feira, 21 de maio de 2018

Construção civil confirma retomada lenta

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Os níveis de atividade e emprego da indústria da construção em Minas, em março deste ano, tiveram retração em relação a igual período do ano passado, evidenciando que a retomada do setor está ocorrendo de forma mais lenta que o esperado.

Segundo a Sondagem da Indústria da Construção, divulgada ontem pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o índice da atividade chegou a 43 pontos em março, com queda de 1,8 ponto no comparativo com igual mês de 2017 (44,8). Frente a fevereiro, quando o indicador ficou em 40,3 pontos, houve recuperação de 2,7. Quanto ao número de empregados, o nível ficou em 41 pontos em março deste ano, recuo de 2,9 em relação a igual mês de 2017 (43,9). No comparativo com fevereiro, que teve índice de 35,7 pontos, houve alta de 5,3.

“Os índices revelam que a atividade do setor está muito fraca e que a retomada prevista no ano passado está ocorrendo de forma mais lenta que o esperado”, disse a economista da Fiemg Daniela Muniz. Segundo ela, este cenário é atribuído à perda de fôlego do ritmo de recuperação da economia e à instabilidade trazida pelo quadro eleitoral. “Estamos mais próximos da eleição, mas o cenário continua incerto”, apontou.

Daniela Muniz destaca que o índice de atividade da construção tem resultados abaixo de 50 pontos desde novembro de 2012, mostrando a queda da atividade. Os índices da sondagem variam de 0 a 100 pontos, com valores acima de 50 pontos indicando crescimento. O estudo é realizado pela Fiemg e Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).

Quanto ao nível da atividade em relação ao usual para o mês, o índice em março foi de 29,9 pontos, com aumento em relação ao mês anterior (28,6) e a março de 2017 (24,1). Os principais problemas apontados pelo empresariado para o setor são demanda insuficiente, citada por 55,8% dos entrevistados; elevada carga tributária (30,2%); falta de capital de giro (25,6%) e burocracia excessiva (23,3%), entre outros.

Apesar do cenário de incerteza, as expectativas dos empresários da construção em Minas para os próximos seis meses estão mais positivas no comparativo com o ano passado. Quanto ao aumento do nível de atividade, o índice atingiu 52,7 pontos em abril, mostrando otimismo e aumento de 5,9 pontos em relação a igual mês do ano passado (46,8).

Estabilidade - Quanto a novos empreendimentos e serviços, é esperada estabilidade, com o índice de abril ficando em 50,2 pontos. Com relação a abril de 2017, houve avanço de 7,9 pontos (42,3). A expectativa de compra de insumos e matéria-prima ficou em 50 pontos, enquanto em abril passado era de 46,2. Quanto ao número de empregados, o índice ficou em 49,1 pontos em abril, contra 43,3 em abril de 2017.

“Os empresários estão um pouco mais otimistas, mas com índices ainda muito próximos de 50. Com a situação fiscal do governo ainda muito delicada, a tendência é que o setor não possa contar com espaço para investimentos públicos”, considerou Daniela Muniz.

A intenção de investimentos continua baixa: em abril foi de 30,7 pontos, com pequeno aumento de 1,3 com relação a abril de 2017, quando foi de 29,4 pontos. “O cenário não é propício para as empresas se planejarem, com a imprevisibilidade limitando a capacidade de tomada de decisões”, reforçou Daniela Muniz.

Indicadores - Divulgados trimestralmente, os indicadores financeiros mostraram insatisfação por parte dos empresários, mas tiveram melhora em relação a igual período de 2017. Com relação à margem de lucro, o índice foi de 31,9 pontos no primeiro trimestre de 2018, enquanto em igual período foi de 29,8, ou seja, alta de 2,1.

As condições de acesso ao crédito atingiram índice de 29,7 nos três meses iniciais de 2018, pequeno aumento de 0,9 ponto frente a igual período do ano passado (28,8). A avaliação da situação financeira atingiu 35,8 pontos no primeiro trimestre de 2018, com alta de 5 pontos na relação com igual período de 2017 (30,8).

Fonte: http://diariodocomercio.com.br

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