Até pouco tempo atrás, engenheiros civis recém-formados podiam decidir o seu futuro profissional ainda na graduação. As oportunidades eram tantas que as empresas recrutavam profissionais ainda na sala de aula e os mais experientes eram disputados com altos salários. Mas o mercado da construção civil teve uma grande queda com a crise e as oportunidades desapareceram.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor da construção civil apresentou por quatro anos uma queda no seu PIB setorial. Esse período de queda também representou uma diminuição nos postos de trabalho. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados estimam que, no final de 2017, existiam cerca de 2,21 milhões de trabalhadores sendo que, em 2013, esse número era de 3,31 milhões.
O mercado da construção funciona como uma cadeia dentro de diversas especialidades, tanto na execução de obras, quanto na produção de matérias-primas. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), após dois anos de saldo positivo de empregados (2012-2013), o país apresentou um número de demissões maior que o de contratações em 2015-2016.
A crise brasileira não afetou apenas a construção civil, mas também todo o seu ciclo produtivo. Na opinião do coordenador do curso de Engenharia Civil José Carlos Guerra, a crise fez com que os profissionais buscassem outras atividades fora da construção mas a situação vem melhorando, na sua ótica otimista. “O que observo é que, mesmo com a crise na indústria da construção civil, o trabalho para engenheiros não parou por completo e, agora em 2018, mostra sinais de crescimento e fortalecimento”, explica o coordenador do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Eniac.
Problema temporário?
Aceitar menores remunerações ou buscar aprimoramento técnico são algumas das saídas que os profissionais que continuam na área encontraram. A retomada da economia também pode reaquecer o mercado da engenharia e trazer de volta os investimentos em infraestrutura e, consequentemente, aumentar a demanda por engenheiros civis.
A crise comprometeu todas as áreas e é possível observar que os profissionais estão se reinventando e criando novas alternativas para não sair do mercado de trabalho. “O mais importante é manter uma postura ética e observar que o mercado da construção civil é muito vasto e oferece infinitas possibilidades de trabalho. Nesse momento, o profissional precisar ter outro olhar”, sugere Guerra.
Mesmo com toda dificuldade, a carreira segue sendo uma das mais procuradas pelos vestibulandos. De todas as modalidades da Engenharia, a civil é a que teve mais inscritos na edição de 2016 do Sisu e a oitava entre todas as carreiras com o maior número de candidatos.
A Engenharia Civil é uma das modalidade da engenharia com mais profissionais ativos na área, ficando atrás apenas da Engenharia Elétrica. Dos mais de 1,5 milhões de profissionais cadastrado no Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), 421 mil têm o título de Engenheiro Civil.
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Fonte: Bárbara Maria – Ascom Educa Mais Brasil
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