Entidades ligadas ao setor da construção vão discutir com o governo como destinar recursos extras liberados para obras do MCMV (Minha Casa, Minha Vida) e, assim, evitar judicialização.
A Caixa Econômica Federal anunciou, na última segunda (12), que suspendeu as contratações na faixa 1,5 do programa, voltada para famílias com renda mensal de até R$ 2.600, por falta de recursos.
Um dia depois, o conselho curador do FGTS, que financia o programa, liberou R$ 500 milhões para a continuidade de obras.
O destino do subsídio, porém, ainda não foi decidido, segundo um membro da equipe do ministério das Cidades.
“Conversamos com a Caixa e as empresas e, pelo que vimos, a estratégia é priorizar as faixas 2 e 3 porque elas permitem entregar mais unidades com menos recursos”, diz Renato Lomonaco, da Abrainc (das incorporadoras).
Antes de qualquer decisão, será preciso checar os cálculos do MCMV, afirma José Carlos Martins, presidente da Cbic (câmara setorial).
“Vamos procurar o ministro na segunda-feira [19] e discutir qual será o destino dos R$ 500 milhões. A Caixa terá de mostrar as contas, porque há muita obra parada no país”, afirma ele.
“Se já contratei com a Caixa [um financiamento] para um projeto na faixa 1,5 e comecei a construir? Ficará por isso mesmo? Isso é quebra de contrato, trará judicialização.”
Procurados pela coluna, a Caixa e o ministério das Cidades não se manifestaram.
Terra para casas
A RNI (Rodobens Negócios Imobiliários) vai adquirir em 2019 ao menos 15 terrenos para futuros lançamentos da incorporadora. O número de imóveis poderá chegar a 20, segundo o copresidente da empresa, Alexandre Mangabeira.
“Em obras, o aporte previsto para as áreas é de R$ 500 milhões ao ano”, diz ele.
“Para fazer frente à estratégia de ter ao menos 70% dos empreendimentos voltados ao Minha Casa, Minha Vida, precisaremos de áreas que gerem valor geral de vendas de R$ 2 bilhões”, afirma.
A companhia, que vai priorizar permutas nas aquisições, fará no mínimo 12 lançamentos em 2019 no interior de São Paulo e em cidades do Centro-Oeste com forte presença do agronegócio.
A empresa, que passou por uma reestruturação em 2017, teve lucro de R$ 2,7 milhões no terceiro trimestre, impulsionado pela venda de um terreno.
“Os ajustes já foram feitos e reduzimos em 75% o prejuízo do ano passado. Queremos crescer em receita mantendo a atual estrutura.”
R$ 148,5 milhões
é a receita bruta acumulada em 2018 até o 3º trimestre
é a receita bruta acumulada em 2018 até o 3º trimestre
R$ 18,3 milhões
é o prejuízo até setembro
é o prejuízo até setembro
Arrecadação da Mega-Sena cai 11,5% de janeiro a outubro de 2018
A arrecadação da Mega-Sena nos dez primeiros meses de 2018 foi 11,5% mais baixa que a do mesmo período do ano passado. A Quina, cuja soma das apostas é menor, também teve retração no período, mas de 5%.
Os dados são da Caixa Econômica Federal.
A receita das lotéricas varia muito de ano para ano.
Se há prêmio acumulado, o interesse pelos jogos aumenta, segundo Pedro Trengrouse, professor da FGV.
“Existem três casas lotéricas por município no Brasil, e elas também prestam serviços da Caixa. Muita gente só aceita ficar na fila se o valor do sorteio estiver acumulado.”
Cada brasileiro gasta, na média, US$ 18,53 (R$ 70) por ano em apostas, contra o dobro na Argentina e no Uruguai —em países como a França, o valor é mais de dez vezes maior, segundo Trengrouse.
O mercado brasileiro de loterias e jogos movimenta cerca de R$ 50 bilhões por ano.
“A arrecadação está longe do potencial. Essa é uma possível fonte de recursos para a União: de cada R$ 1 apostado no Brasil, cerca de R$ 0,7 ficam com o governo e o resto vai para os premiados.”
Outras modalidades de jogos de azar têm ganhado espaço. As apostas online têm receita de cerca de R$ 4 bilhões, segundo ele.
Retorno com foco em casa
Quatro empresas brasileiras integram a lista de 50 companhias voltadas para o mercado doméstico que, em países emergentes, crescem em um ritmo superior ao de outras multinacionais e estatais, segundo a consultoria BCG.
São elas Equatorial Energia, o grupo educacional Kroton, a locadora de automóveis Movida e a varejista farmacêutica Raia Drogasil.
O Brasil só possui menos empresas na lista que China (11) e Índia (9), e empata com África do Sul e Rússia. Ao todo, 18 países têm representantes na seleção.
Um índice com as 38 integrantes que já apareceram no último levantamento, feito há quatro anos, geraria um retorno de 18% a acionistas desde então —nenhuma das brasileiras foi citada em 2014.
No mesmo período, o retorno do índice S&P 500 foi de 12% e o do MSCI de países emergentes, 7%, de acordo com a consultoria.
Fonte: www1.folha.uol.com.br
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