Embora a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) tenha paralisado diversas atividades pelo País, a construção civil mineira continua a todo vapor, uma vez que as proibições de funcionamento não abrangem o segmento no Estado. Diante desse cenário, as previsões mais pessimistas ainda não chegaram ao setor.
De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Geraldo Jardim Linhares Júnior, as obras paradas no Estado não chegam a “1% ou 2%”.
O presidente do Sinduscon-MG garante, contudo, que diversas medidas de segurança têm sido tomadas na área, como as que envolvem trabalho home office, concessão de férias coletivas, flexibilização da jornada, afastamento dos indivíduos que se encaixam nos grupos de riscos, entre outras.
Além disso, lembra ele, em relação às pessoas que trabalham diretamente nas obras, elas estão sendo monitoradas de perto, tendo a temperatura medida quando chegam aos locais, atuando com um espaço físico de distância e demais cuidados indispensáveis no dia a dia.
Dessa forma, o setor tem conseguido manter a normalidade na medida do possível e ainda não fala em demissões em massa, grandes perdas financeiras ou cortes substanciais em investimentos. A situação seria bem diferente, no entanto, segundo Geraldo Jardim Linhares Júnior, se as atividades parassem. “A continuidade é importante. Se pararmos, teremos problemas sociais e financeiros. A maioria das empresas do segmento é pequena, não terá condições de arcar com tudo o que precisa”, salienta.
Embora o cenário hoje no setor ainda não esteja apontando para números negativos por todos os lados, isso não quer dizer que não exista uma preocupação com o futuro do segmento. O presidente do Sinduscon-MG ressalta que as condições macroeconômicas poderão interferir na área, dependendo de como ficará o quadro brasileiro e estadual com a pandemia do novo coronavírus.
“Esse futuro nos preocupa. Ainda não sabemos com exatidão como será daqui para frente. É preciso que as pessoas tenham confiança para comprar a casa própria”, destaca ele.
No entanto, mesmo se as vendas diminuírem, ainda não se pode falar em excesso de oferta de imóveis na capital mineira. Isso porque, de acordo com Linhares Júnior, Belo Horizonte está com estoques muito baixos.
No entanto, mesmo se as vendas diminuírem, ainda não se pode falar em excesso de oferta de imóveis na capital mineira. Isso porque, de acordo com Linhares Júnior, Belo Horizonte está com estoques muito baixos.
Futuro – Esse cenário de preocupação com o futuro e com a venda de imóveis também é apontado pela vice-presidente das administradoras de imóveis da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Flávia Vieira.
Contudo, ela lembra que o setor é muito dinâmico e se adapta a cenários diversos. Além disso, diz ela, como há muito tempo não se via um bom número de obras, os imóveis novos tenderão a já ter clientes.
Essa adaptação mencionada por Flávia Vieira pode ser vista em diferentes frentes. Uma delas está em alguns tipos de compradores que se intensificam neste momento. De acordo com a vice-presidente das administradoras de imóveis da CMI/Secovi-MG, já se vê um movimento de pessoas que estão deixando outros investimentos, devido à crise econômica, para focarem os imóveis. “É uma tendência natural. O imóvel é um ativo que não perde valor e dá muita segurança”, diz ela.
Além disso, os próprios corretores e interessados nas compras continuam fechando negócios. Agora, por meio das visitas virtuais. Os corretores vão até os locais, realizam videochamadas, mostram detalhes do imóvel e acabam comercializando o produto.
Flávia Vieira lembra que esse tipo de transação, entretanto, é realizada com clientes específicos, que já estavam à procura de imóveis, haviam visitado alguns lugares, conhecem bem determinados bairros, entre outras características.
Flávia Vieira lembra que esse tipo de transação, entretanto, é realizada com clientes específicos, que já estavam à procura de imóveis, haviam visitado alguns lugares, conhecem bem determinados bairros, entre outras características.
“O mercado travou um pouco, mas não está paralisado. Os negócios estão acontecendo. No entanto, existe, sim, a preocupação do segmento com a crise que está instalada”, analisa a vice-presidente das administradoras de imóveis da CMI/Secovi-MG.
O diretor da PHV Engenharia, Marcos Paulo Alves, também destaca que, assim como as obras da construção civil, os negócios no setor não tendem a parar, inclusive por causa da insegurança econômica. “O investidor procura algo seguro e, aliado a isso, temos as baixas taxas de juros, não só no Brasil. Acredito que terá demanda para o mercado imobiliário”, diz ele.
No entanto, não são em todos os locais do Brasil que as atividades de construção civil estão sendo permitidas. A MRV Engenharia, em fato relevante, destacou que “está seguindo as determinações das legislações municipais e/ou estaduais e paralisando, pelo período exigido nas referidas leis, suas atividades nas localidades em que ocorreram determinações neste sentido”. Ainda segundo a companhia, o número de obras paralisadas equivale a 20% do total em andamento.
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