terça-feira, 17 de março de 2020

Mudança de rotina no setor da construção civil

Embora não registre informações sobre redução nas vendas ou possibilidade de total paralisação nas obras, já sinaliza com cancelamentos, remarcações de eventos e até mesmo de visitas de corretores. (Foto: Léo Malafaia/Arquivo DP)

Um dos segmentos mais afetados pela recente crise econômica/política brasileira foi o da construção civil que, lenta e gradualmente, busca reassumir seu lugar de protagonismo na economia local. Em virtude da deflagração do COVID -19, em Pernambuco, entretanto, o setor volta a passar por alguns entraves. Embora não registre informações sobre redução nas vendas ou possibilidade de total paralisação nas obras, já sinaliza com cancelamentos, remarcações de eventos e até mesmo de visitas de corretores. Sem apresentação da estimativa de prejuízos em virtude das restrições, já modifica, entretanto, o “status” de otimista para cauteloso.
 
O Sinduscon-PE, Sindicato da Indústria da Construção Civil do estado, solicitou às empresas que atentem para as orientações da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) e adotem os cuidados recomendados de prevenção. Eles não diferem, entretanto, dos destinados a todos. O presidente da instituição, Érico Furtado, conta que, até então, o cuidado tem sido mesmo o de informar e que ainda não há um diagnóstico sobre a situação do setor. “Nesta semana, será feita uma pesquisa junto as empresas para que possamos saber da real situação de cada uma delas. Está muito cedo para previsões, mas o humor do setor já mudou de otimista para cauteloso”, afirma.

O presidente da Ademi, Gildo Vilaça, corrobora que ainda não há impactos significativos e que cada empresa está tomando suas decisões de forma particular. “A maioria está fazendo o básico como disponibilizar material de limpeza e higiene específicos e treinamento sobre esses cuidados pessoais. Estamos também cancelando ou adiando algumas reuniões e eventos agendados para os próximos dias”, explica. 

O Secovi-PE, Sindicato da Habitação de Pernambuco, também optou pela prevenção. Desta forma, suspendeu assembleias e orientou para a suspensão de atividades nas academias de ginástica dos condomínios, salão gourmet, brinquedoteca e demais áreas comuns. As consultas junto ao órgão só poderão ser feitas por telefone ou email. Além disso, o sindicato orienta que condomínios que não possuam senhas bancárias façam cadastramento para realização de pagamentos online.

As construtoras estão engajadas no discurso e prática da prevenção. Com uma média de 70 funcionários por obra (são três, no momento) e mais 30 pessoas na sede do administrativo, a Vale do Ave suspendeu visitas de corretores, almoços e reuniões de relacionamento. O próximo lançamento está previsto apenas para a primeira semana de maio, conta Ana Maria Bouwman, diretora administrativa. “As medidas passam ainda por ações como providenciar notebooks para os funcionários trabalharem em casa em regime de escalonamento de horário; diminuição da exposição do office boy nas ruas e flexibilização de horários de chegada e saída dos funcionários. Nas obras, serão distribuídas caixas de lenços descartáveis e sabonetes líquidos”, informa. 

Na Pernambuco Construtora, além de campanha informativa, os funcionários também - tanto dos espaços corporativos, quanto nos canteiros de obras - têm acesso livre a álcool 70% para usar nas mãos e também para higienizar superfícies de trabalho e aparelhos como telefones, teclados, etc. Sobre os impactos financeiro do momento, estes ainda não foram mensurados. “Por enquanto, não visualizamos nada neste sentido, a curto ou médio prazo, de modo que nossa expectativa é de que vamos atravessar este momento da forma mais equilibrada e tranquila possível”, afirma Perla Araújo, Gerente de Recursos Humanos. Ela informa ainda que, na empresa, não houve adiamento de evento de lançamento ou premiações por que nada havia sido agendado para o período.

Nenhum comentário:

Postar um comentário