quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Construção civil aquecida em Sorocaba cria fila de espera por profissionais


A escassez de profissionais no setor da construção civil em Sorocaba os valoriza. Tanto que, no momento em que muito se diz a respeito das vagas de emprego na indústria, Anderson Antônio Leme, 30 anos, decidiu pedir demissão da fábrica na qual trabalhava para voltar a fazer o que aprendeu com o avô: construir imóveis. 

O assédio por sua mão de obra é grande no Wanel Ville 5, bairro onde ele trabalha atualmente e onde há duas empreiteiras em operação, além de centenas de pedreiros e outros profissionais autônomos. “Quem me vê assentando os tijolos para e quer saber quando estarei livre para pegar um novo serviço. Agora só tenho disponibilidade após janeiro”, relata.  

O primeiro emprego de Leme foi como servente, ao lado de familiares. Com a industrialização de Sorocaba e região veio a tentativa nas linhas de produção, porém o tempo lhe mostrou que era no canteiro de obras que ele ganharia mais. “Tenho mais flexibilidade de horário e os clientes, literalmente, vão até minha casa para me contratar”. 

Como pedreiro, Fábio Gonçalves, 38, perdeu a conta de quantas moradias levantou. Autodidata, é graças ao trabalho braçal que ele paga a mensalidade do curso superior de Serviço Social, seu grande projeto de realização profissional. O diploma vem já no próximo ano. “A vida me colocou em caminhos que não escolhi, mas tudo deu certo. Quando era mais jovem não tive a oportunidade de fazer uma faculdade, mas hoje estou pagando os meus estudos com o meu trabalho”, diz. 

Gonçalves afirma que se a nova área que escolheu não der lucro financeiro, continuará trabalhando como pedreiro. “Pelo menos realizei um desejo pessoal. O lucro na construção sei que é certo”, afirma. 

Apesar do registro em carteira atrair aqueles profissionais que querem contar com um dinheiro certo no fim do mês, o trabalho como autônomo atrai pela flexibilidade de horários e pelo fato do próprio profissional poder tabelar seus preços. Leme e Gonçalves, por exemplo, cobram R$ 250 por metro quadrado sem acabamento. Com serviço completo o metro sobe para R$ 320. 

Cimento e batom 
A casa em que a empregada doméstica Cristiane Maciano, 28, mora hoje foi construída por suas próprias mãos delicadas e de unhas feitas. Para viver do ramo da construção, ela está fazendo o curso de pedreiro assentador. 

Ela conta que em uma sala de dez pessoas, duas são mulheres. “Isso mostra que a mulherada está entrando no setor. Tenho uma amiga que deixou de ser faxineira e se tornou profissional da construção civil. Ela ama o que faz e ainda ganha muito mais do que limpando casa. Foi por isso que decidi me arriscar também.” 

Mais de 84 mil trabalhadores formais trabalham na construção civil em Sorocaba, o que faz da cidade o município do interior com o maior número de trabalhadores registrados. A cidade deixa para trás cidades muito maiores, como Campinas, que possui cerca de 81 formais. 

Salários  
Segundo a Convenção Coletiva do Sindicato da Construção, os pisos são: servente (R$ 869); pedreiro, armador, carpinteiro, pintor e gesseiro (R$ 1.034,00). Segundo o sindicato há 800 mil trabalhadores da construção no país. 

Sindicato confirma: faltam profissionais  
Nesse ano o vigilante Francisco Dantas conseguiu juntar dinheiro para mexer na casa. Mandou construir uma edícula e está subindo um segundo andar. “O pedreiro está em casa há três meses. Consegui fazer sobrar um dinheiro para fazer as alterações.” 

O caso de Francisco é um exemplo da construção sendo diretamente afetada pela economia aquecida. O presidente do Sindicato da Indústria e da Construção Civil, José Sarracinni Jr., explica que com a instalação de novos empreendimentos e indústrias na cidade, muitas famílias estão vindo morar em Sorocaba. Aquelas que não querem construir a própria casa reformam algum imóvel usado.  

O boom no setor deve durar até as Olimpíadas de 2016, prevê: “Muitos trabalhadores daqui irão para outras cidades, porque há a escassez de mão de obra  em todo lugar. Em Sorocaba  também teremos de recorrer a profissionais de fora”, explica. 

Sarracinni ressalta que nesse cenário de escassez, empreiteiras promovem leilões por profissionais. “Em Sorocaba é comum profissionais deixarem uma empresa ao serem assediados por outras que oferecem salário maior”. Isso beneficia até mesmo profissionais de pouca qualificação, como serventes. 

Segurança do trabalho 
Segundo o Corpo de Bombeiros, são 100 incidentes com feridos ao mês nos canteiros de obras de Sorocaba. O Ministério do Trabalho fez o acordo com as construtoras Alavanca, Sérgio Cardoso, TMS Comercial, Empreendimentos Imobiliários Vieira & Andrade e Paulo Afonso, que terão de fornecer equipamentos de segurança, instalação de andaimes, elevadores e fiscalização. A multa no caso de descumprimento às normas varia entre R$ 1 mil e R$ 5 mil. 

Da Redação, original Bom Dia – Sorocaba.


 Matéria veiculada em: 28/11/2011

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Belém conta com nova passarela estaiada sobre a BR-316

Pórtico Metrópole funcionará como marco referencial de entrada na cidade


Mauricio Lima

A capital paraense tem uma nova travessia sobre a Rodovia BR-316. O Pórtico Metrópole, inaugurado recentemente, funcionará também como um novo ponto turístico para a cidade. Composto basicamente pelos dois blocos de acesso, a passarela e a torre de sustentação, o conjunto foi projetado pelo escritório Meia Dois Nove, coordenado pelo arquiteto José Bassalo.

Divulgação: Meia Dois Nove
Torre de 40 m auxilia na sustentação da passarela

Os blocos de acesso contarão com duas escadas rolantes, uma convencional e uma plataforma de percurso vertical, destinada a portadores de necessidades especiais. Um dos blocos, localizado ao lado do Shopping Castanheira, contará também com uma loja e caixas eletrônicos.
A passarela foi construída toda em metal, com duas partes bem definidas. Em sua parte inferior, existe uma estrutura vazada, com 8 m de largura e 47 m de extensão, constituída de duas grandes longarinas ligadas por uma sequência de transversinas paralelas entre si. Essa espécie de grelha é estaiada em três pontos (dois de um lado da passarela e um do outro), além de estar apoiada nos blocos de acesso.
A estrutura serve de suporte para a passarela de 6 m de largura. Duas grandes vigas longitudinais apóiam a passarela e ainda servem como a parte inferior do guarda-corpo. A passarela é aberta nas laterais, de maneira a se assegurar a ventilação e a iluminação naturais em seu interior. Sua cobertura terá forma abobadada, sustentada por estruturas tubulares paralelas.
A torre em concreto conta também com um quarto estai, na direção contrária da passarela, para ajudar em sua sustentação. A torre, de aproximadamente 40 m, está localizada no lado do Bloco Castanheira.

Divulgação: Meia Dois Nove
Um dos lados conta com apenas um estai


Divulgação: Meia Dois Nove
Acesso é feito por blocos ao lado da passarela


Divulgação: Meia Dois Nove
Passarela tem forma arredondada


Divulgação: Meia Dois Nove
Passarela trará mais segurança na passagem sobre a rodovia


Divulgação: Meia Dois Nove
Estrutura da passarela é toda metálica

Divulgação: Meia Dois Nove
Torre é um dos principais destaques do projeto

Fonte: PINIweb

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Rio Grande do Norte deve receber mais 14 parques eólicos

BNDES deve emprestar R$ 839 milhões para a instalação


Mauricio Lima

Divulgação
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deverá investir R$ 839 milhões para a instalação de 14 novos parques eólicos no Estado do Rio Grande do Norte. A informação foi dada ontem (23) pelo vice-presidente do banco, João Carlos Ferraz, durante entrevista coletiva realizada no Rio de Janeiro. Em 2010, o BNDES liberou R$ 805 milhões em financiamentos para o Estado.

O dinheiro será direcionado para os dois grupos de investidores vencedores do último leilão de energia eólica e será utilizado para a compra de equipamentos nacionais entre aerogerados e torres. O maior investimento é voltado para dez parques que serão implantados pelo grupo Soares Penido nos municípios de Pedra Grande e São Miguel do Gostoso, com investimento total de R$ 754,6 milhões, dos quais 73,8% (R$ 557,1 milhões) financiados pelo banco. O banco também irá financiar a instalação do sistema de transmissão de energia. Esses parques gerarão 169,6 MW de potência instalada.

Outro município beneficiado pela eólica será São Bento do Norte, que receberá quatro parques do grupo Galvão Energia. O investimento será de R$ 401,4 milhões para a geração de 94 MW, sendo que o banco financiará R$ 282 milhões, o que representa 70,7% do montante.

Fonte: PINIweb

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Obras de revitalização do Cais Mauá, em Porto Alegre, foram liberadas

rojeto do escritório espanhol b720 e do brasileiro Jaime Lerner pretende criar um novo ícone urbano


Mauricio Lima

O governo do Rio Grande do Sul liberou oficialmente hoje (23) o início das obras do Cais Mauá, em Porto Alegre. A construção, orçada em R$ 560 milhões, deve revitalizar o antigo cais, restabelecendo a relação entre o rio Guaíba e a cidade e criando um novo ícone urbano. O projeto tem a assinatura do escritório espanhol b720 e do brasileiro Jaime Lerner. O empreendimento terá o modelo de concessão de 25 anos para a empresa Cais Mauá Brasil S.A.

Divulgação: b720
Edifício para lojas será construído no setor do Gasômetro

O projeto é baseado em três setores: armazéns, gasômetro e docas. Neles, serão instalados novos bares, restaurantes, teatros e lojas. A primeira fase, que terá suas obras iniciadas em 2012, prevê melhoria dos armazéns, acessos, estacionamento, iluminação, comércio, restaurantes, bares e, pelo menos, dois museus.
No setor de armazéns, as estruturas de 1920 serão reformadas para se tornarem espaços públicos. "A potente imagem das coberturas inclinadas dos armazéns do cais se repete regularmente em um comprimento de mais de um quilômetro sobre o cais, formando parte do patrimônio da identidade da cidade", diz o escritório espanhol. Segundo eles, as edificações que foram construídas durante os anos serão demolidas, para que a volumetria original das edificações seja recuperada. Além disso, a borda junto ao rio será redesenhada, com a utilização de plataformas flutuantes.
Para o setor do Gasômetro, será construído um novo edifício de forma irregular, que segue o desenho da borda atual do local. "O edifício aproveita a suave topografia existente para conectar a Praça Brigadeiro Sampaio, soterrando parte da avenida João Goulart e conectando a cidade mediante uma zona verde que termina como varanda ao rio", diz o escritório. Esse prédio, com telhado verde em grande parte de sua estrutura, se tornará o pólo comercial do cais.
Já no setor das docas serão construídos um palácio de congressos, escritórios, locais comerciais e um hotel em forma de vários edifícios de grande altura. De acordo com os arquitetos, os edifícios seguem a configuração angulada das docas. Além disso, os próprios edifícios terão plantas triangulares, "oferecendo uma imagem pouco convencional".
Nas duas pontas do cais, haverá grandes espaços de estacionamentos, que são muito escassos na região. Desse modo, valoriza-se também a circulação a pé pelos 2,5 km do cais.

Divulgação: b720
Cais terá, ao todo, 2,5 km de extensão


Divulgação: b720
Objetivo é recuperar relação entre o Rio Guaíba e a cidade


Divulgação: b720
Armazéns serão reformulados para se tornarem espaços públicos


Divulgação: b720
Obras deverão ser iniciadas já em 2012


Divulgação: b720
Armazés recuperarão suas características originais


Divulgação: b720
Edifícios seguirão configuração angulada do setor das docas


Divulgação: b720
Prédios terão plantas triangulares

Divulgação: b720
Até 2014, primeira fase do projeto deverá ser finalizada

Fonte: PINIweb

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

PAC 2 tem 11,3% das obras previstas para 2014 concluídas

Balanço do governo aponta que, até agora, R$ 80,2 bilhões foram investidos nas ações. Até o ano da Copa, gastos com construção devem chegar a R$ 955 bilhões


Da Redação

Divulgação: Ministério do Planejamento
Usina Hidrelétrica Dardanelos (MT), uma das obras concluídas pelo PAC 2
A ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, divulgou hoje (22) o segundo balanço da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), que apontou que 11,3% das obras previstas para 2014 foram finalizadas entre o início do ano e o dia 30 de setembro de 2011, com gasto total de R$ 80,2 bilhões.

Com relação à execução orçamentária desde o primeiro balanço divulgado em junho, somando as obras já executadas e as com construção em andamento, houve um aumento de 66%. De lá pra cá, o valor total executado cresceu de R$ 86,4 bilhões para R$ 143,6 bilhões. Esse valor representa 15% de todo o orçamento previsto para o período de 2011 a 2014, que é de R$ 955 bilhões.

Até agora, na área de transportes, 494 km de rodovias, seis empreendimentos em aeroportos e cinco em portos foram concluídos. Na parte energética, entraram em operação quatro usinas hidrelétricas, 11 usinas termelétricas de energia, nove usinas de energia eólicas e duas pequenas centrais hidrelétricas, além da construção de 882 km de linhas de transmissão.

No âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), foram contratadas 294.019 unidades habitacionais da segunda etapa do programa e outras 352.274 pelo Financiamento Habitacional do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Foram concluídos, ainda, 88 novos empreendimentos de urbanização em assentamentos precários.

Segundo o governo, considerando os eixos de transportes, energia, mobilidade urbana, Luz Para Todos e recursos hídricos, 14% dos empreendimentos estão concluídos e 72%, em ritmo adequado. Com relação aos valores, já que as ações têm tamanhos e complexidades diferentes, o governo afirma que 3% das ações monitoradas foram concluídas e 86% estavam em ritmo adequado. Ainda de acordo com o governo, 37% das ações monitoradas estavam em obras e 49% estavam em fase de projeto ou licenciamento.

Contratações

O governo também ressaltou a aprovação de projetos como os metrôs das cidades de Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Salvador. No total, o PAC Mobilidade Grandes Cidades investirá R$ 18 bilhões em 24 cidades com mais de 700 mil habitantes. Até o final do ano, outras 20 cidades deverão ter seus projetos de mobilidade selecionados.

Fonte: PINIweb

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Taxas abusivas no financiamento de imóveis

É lamentável que o mutuário fique refém de construtoras e de instituições financeiras que cobram taxas abusivas impostas no financiamento para compra dos imóveis. Na ânsia de realizar o sonho da casa própria, em muitos casos, o futuro proprietário não se atenta justamente nas perigosas letras miúdas inseridas no contrato ou, até mesmo, faz com que aceite as imposições do contratante no fechamento do negócio. Para não cair nessas armadilhas e evitar problemas futuros no financiamento é importante que o comprador tenha um apoio de um profissional especializado na área imobiliária como um advogado ou um economista. Mas a realidade é bem diferente e infelizmente muitos contratos assinados na atualidade trazem a inclusão de adicionais onerosos que afetam o adquirente. As mais comuns são as taxas: Sati, interveniência, transferência, administração, obra e corretagem, entre outras tantas prejudiciais ao mutuário.

Uma das práticas mais recorrentes no mercado imobiliário é a taxa Sati, pela qual é cobrado o percentual de 0,88% sobre o valor do bem. As imobiliárias impõem a cobrança, ao adquirente da imóvel, alegando custos de assistência técnica e jurídica para fechar o contrato. O recolhimento, porém, fere tanto o artigo 39, do Código de Defesa do Consumidor (CDC) - pela prática de submeter o fornecimento do serviço relacionado a outro - como também o código de ética da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por impor um profissional contratado pela corretora. Aliás, a obrigação de pagar pela assessoria imobiliária é do próprio vendedor e não do novo proprietário do imóvel. A exceção é feita no caso do estabelecimento, em comum acordo entre as partes, com todos os esclarecimentos e retificação no contrato.

Outro procedimento ilícito é obrigar o comprador do imóvel a assumir o pagamento da comissão do corretor, que varia de 6 a 8%, conforme determina o Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci). Para isso, as construtoras contratam imobiliárias para fazer a intermediação entre o comprador e a incorporadora. Só no momento da assinatura, ou na maioria das vezes, após fechar o contrato, é que o mutuário tem o conhecimento do pagamento da taxa indevida. Também há ocorrências em que a incorporadora separa o pagamento da porcentagem do agente comercial, para que na hora da rescisão do contrato não tenha que devolver esse dinheiro, além da sonegação de tributos como o Imposto de Renda e induzindo o comprador a sonegar o ITBI – Imposto sobre Transmissão de Bens de Imóveis. O pagamento é possível apenas quando o próprio adquirente contrata o profissional para lhe auxiliar na procura da casa própria.  

Mais uma surpresa que o mutuário encontra é quando tenta transferir o imóvel em construção a outra pessoa, para que essa assuma as prestações do financiamento. Para que a venda seja concretizada, as construtoras costumam impor o pagamento da chamada taxa “Cessão do Contrato ou de Renúncia”, que equivale a 3% do valor da propriedade. A prática é abusiva e não tem previsão na legislação, além de ferir o CDC. Portanto, os prejudicados podem contestar a sua cobrança na Justiça até conseguir retirar o valor ou reduzi-lo a despesas administrativas da elaboração do contrato. 

A cobrança de taxa de interveniência é outro abuso cometido pelas construtoras. Nela, é imposto o pagamento que pode chegar a R$ 3 mil ou, em alguns casos, a 2% do financiamento, na hipótese de o mutuário não optar pela financeira parceira da incorporadora. A sua imposição é considerada como venda casada e os órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, a condenam. 

Também há a taxa de administração, segundo a qual os bancos alegam que é cobrada pelo serviço administrativo e na manutenção do contrato de financiamento. Embora a lei determine que o limite cobrado nessas situações seja de até 2% e apenas nas 12 primeiras prestações, as instituições financeiras chegam a cobrar de 20 a 30% da tarifa durante todo o financiamento. Outra artimanha utilizada para atrair os compradores é oferecer juros abaixo do que é praticado no mercado, que é de 12 % ao ano, chegando a ser de 7%. Mas a diferença “não cobrada” é inserida justamente na taxa de administração.

Isto sem falar do mais novo tributo aplicado pelas construtoras, conhecido como “taxa de obra”, na qual é cobrado um percentual de 2% sobre o valor do imóvel durante a construção. As construtoras informam que são referentes aos juros da obra. A tarifa é cobrada até que aconteça a liberação do “Habite-se” e de toda documentação relacionada. Isso é um abuso! O artigo 51 do CDC considera ilegal a cobrança de qualquer taxa  que coloque o consumidor em desvantagem exagerada.     

Os mutuários são os mais penalizados pelos abusos praticados tanto pelas construtoras como pelas instituições financeiras. Para reverter a situação, cabe ao comprador fazer valer os seus direitos. Para isso ele pode recorrer a Justiça para exigir a devolução de seu dinheiro, que deverá ser restituído em dobro, além de ser acrescido de correção monetária e juros. 

A devolução deve acontecer de uma só vez, em até 10 dias e corrigida com os encargos devidos. Após o prazo de 15 dias, incide acréscimo de 10% de multa e se não for pago pode ser penhorados os bens da imobiliária ou da construtora. Portanto, fica claro que todas essas taxas são totalmente abusivas sem qualquer justificativa. Está na hora de acabar com essa injustiça.  

*Marco Aurélio Luz é presidente da AMSPA - Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências 
www.amspa.org.br. E-mail:linkamspa@linkportal.com.br
Artigo veiculado em: 14/11/2011

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Concurso busca projeto para hotel sustentável no Estado de São Paulo

Vencedor da competição fará projeto final em parceria com o arquiteto Siegbert Zanettini


Mauricio Lima

Até o dia 8 de dezembro, jovens arquitetos podem se inscrever no concurso "Um Hotel Sustentável para uma Copa Verde", realizado pelo Projeto Aliah, em parceria com o Green Building Council Brasil (GBC Brasil), que selecionará um projeto para a construção de um hotel sustentável. O vencedor elaborará o projeto final junto com o arquiteto Siegbert Zanettini e sua equipe.
Esse hotel, que busca também suprir a demanda hoteleira por causa da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, será construído em Bragança Paulista, a 88 km de São Paulo. Após ser realizado em São Paulo, o concurso deverá ir para outras cidades-sede da Copa, começando pelo Rio de Janeiro, que também sediará as Olimpíadas.
As inscrições devem ser realizadas pelo site do projeto, sob pagamento de taxa de R$ 120. Podem participar arquitetos habilitados no Estado de São Paulo formado há no máximo cinco anos. Após a confirmação da inscrição no site e o pagamento da taxa, o participante terá até o dia 9 de janeiro de 2012 para enviar o projeto pelos Correios, conforme instruções que estão na área restrita do site, com acesso liberado aos inscritos.
"A iniciativa é valida para estimular nos jovens arquitetos a preocupação em projetar empreendimentos verdes e, desta forma, ingressar neste novo mercado da construção civil sustentável. Mesmo porque as novas diretrizes nacionais e mundiais buscam profissionais com estas qualificações e este será um grande diferencial para a Copa do Mundo e Olimpíadas no País", destaca Marcos Casado, Gerente Técnico LEED do GBC Brasil.
O vencedor receberá também R$ 12 mil, enquanto os segundo, terceiro e quarto colocados ganharão R$ 5 mil, R$ 2 mil e R$ 1 mil. O evento de premiação acontecerá no dia 26 de janeiro de 2012.

Fonte: PINIweb

sábado, 19 de novembro de 2011

Teresina poderá ganhar novo aeroporto para permitir verticalização da cidade

Novos prédios podem ter somente 45 m de altura. Aeroporto seria construído fora da área urbana da cidade


Mauricio Lima

A cidade de Teresina (PI) pode ganhar um novo aeroporto em uma área mais afastada da cidade, para permitir a verticalização da cidade. Ontem (16), foi realizada uma audiência pública na Câmara Municipal da cidade para discutir o assunto.
O tema foi abordado por causa da resolução do Comando Aéreo Brasileiro, estabelecida em maio deste ano, que obriga que os prédios construídos em um raio de 5 km dos aeroportos só poderão ter a altura máxima de 45 metros. Com isso, os novos edifícios na capital poderiam ter apenas 11 andares. O coronel William Lima, que representou a Aeronáutica no evento, afirmou que não há possibilidade de flexibilização na portaria.
Já o vereador Edson Melo destacou que outros aeroportos do Brasil como o de Guararapes, em Recife e Congonhas, em São Paulo já sofreram com o mesmo problema. "Para salvar a verticalização de Teresina, o prefeito juntamente com o governador devem se unir e solicitar da Aeronáutica o plano de aproximação aérea. Esses aeroportos não se submetem a essa resolução, ela não é empecilho porque eles têm esse plano", explica o vereador.

Fonte: PINIweb

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Edifício Virtus é comercializado


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A Tishman Speyer, uma das maiores proprietárias, desenvolvedoras, operadoras e gestoras de fundos de imóveis de alto padrão, concluiu no final de setembro mais um importante projeto no mercado de Rio de Janeiro. A empresa acaba de vender para a chinesa State Grid, a maior empresa de energia elétrica do mundo, o Edifício Virtus, localizado na Avenida Presidente Vargas, em um negócio de R$ 205 milhões.

O empreendimento conta com a Certificação Green Building, na categoria Gold, concedida pelo U.S Green Building Council, dos Estados Unidos, seguindo o sistem LEED (Leadership in Energy and Environment Design). Foi planejado justamente para atender à demanda de companhias que estejam em processo de instalação ou ampliação das atividades na cidade do Rio de Janeiro. Por esta razão, atende à demanda de empresas multinacionais que buscam o mesmo padrão de qualidade e segurança exigidos por suas matrizes.

Para a Tishman Speyer, que foi uma das pioneiras no mercado imobiliário da capital fluminense, a comercialização do Edifício Virtus representa mais um case de sucesso, a exemplo do que ocorreu com o Ventura Corporate Towers. Com obras iniciadas em 2005, a primeira torre do complexo foi vendida dois anos depois para um grupo internacional, por R$ 422 milhões. O segundo edifício do projeto ficou pronto em 2010 e foi vendida no mesmo ano por R$ 680 milhões.

“Colhemos hoje o resultado do nosso pioneirismo. Identificamos boas oportunidades de investimento, com isso, temos a possibilidade de atender às necessidades de empresas como a State Grid, que certamente encontrará no Edifício Virtus as instalações das quais precisa para crescer no mercado do Rio de Janeiro”, afirma Daniel Cherman, presidente da Tishman Speyer.

Mercado aquecido
Atualmente, a Tishman Speyer desenvolve outros dois importantes projetos de alto padrão no Rio de Janeiro, que somam investimentos da ordem de R$ 450 milhões e quase 55 mil metros quadrados de escritórios.

O retrofit do Edifício Galeria Sul América, empreendimento da década de 1920, no centro da cidade, será concluído em 30 dias. O processo de reforma manteve as características arquitetônicas originais, mas devolverá ao mercado um empreendimento corporativo moderno e pronto para abrigar grandes empresas nacionais e estrangeiras. A empresa também iniciará, no próximo ano, a construção do Port Corporate, empreendimento com 32 mil metros quadrados de área locável, que será o primeiro Green Building da Região Portuária da cidade. Com a implosão dos prédios antigos existentes no terreno realizada no último mês de junho, o edifício está em fase de desenvolvimento de projetos e suas obras terão início em 2012.

Fonte: Obra24Horas

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Preparação para Olimpíada do Rio esbarra em falta de mão de obra


Falta de profissionais pode levar à busca no exterior
O setor da construção civil corre contra o tempo para qualificar mais profissionais para as obras, que vão se intensificar nos próximos anos. Já o Comitê Rio 2016, constituído em 2010 para organizar os Jogos, deve chegar ao fim do ano com vagas em aberto.

De acordo com o diretor-geral do comitê, Leonardo Gryner, existe dificuldade para preencher todas as vagas disponíveis, o que pode levar à busca de profissionais no exterior.

O comitê tem hoje 181 funcionários, e esperava chegar a 274 até o fim do ano. Mas Gryner já não acredita que as vagas sejam preenchidas neste prazo. "A economia brasileira está aquecida e faltam talentos no mercado", ele afirma.

Na opinião de Gryner, o Brasil não formou o número suficiente de profissionais na última década para atender à necessidade atual do mercado. Segundo ele, a principal demanda é por engenheiros e gerentes de projetos.

Salários em alta
A disputa por bons profissionais tem elevado os salários a patamares acima dos previstos inicialmente pelo comitê. Associado à valorização do real, o fato torna a remuneração atraente também para estrangeiros, diz Gryner.

"Se faltarem engenheiros e técnicos, vamos ter de buscar (profissionais) lá fora. E nossos salários hoje são competitivos no exterior, porque estamos pagando, na conversão para o dólar, valores compatíveis com o mercado internacional", afirma.

Entre os cargos oferecidos no momento, estão os de especialista em projetos, diretor de negociações comerciais, diretor de acomodações e gerente jurídico-comercial.

No setor de construção civil, a demanda por mão de obra promete deslanchar nos próximos anos, para dar conta dos projetos de infraestrutura urbana, esportiva e residencial em vista para a cidade.

"A nossa estimativa é de que, até 2016, em média 20 mil novos postos de trabalho sejam abertos a cada ano na construção civil", afirma Roberto da Cunha, supervisor técnico do Centro de Referência em Construção Civil do Serviço de Aprendizagem Industrial (Senai).

Para suprir parte da demanda, o Senai vai abrir, até o início do ano que vem, duas escolas de formação profissional para o setor. A previsão é que se formem 6 mil profissionais por ano, a partir de fins de 2012.

Disputa por profissionais
Cunha diz que o aumento da demanda na construção civil ocorre devido ao aquecimento da economia brasileira.

Este cenário vem após um período de 25 anos em que o setor de construção permaneceu relativamente estagnado, entre o fim dos anos 1970 e a retomada, a partir de 2005.

"De repente, veio um crescimento muito grande e o setor está se recompondo. Acredito que em 2012 a gente já comece a se equilibrar", afirma Cunha.

Com o mercado próximo do pleno emprego, diz, a mão-de-obra começa a ser disputada entre diversos segmentos. "Estamos brigando por mão-de-obra com todo mundo, da padaria ao supermercado", diz Cunha.

"Estamos fazendo um sequestro de profissionais. Engenheiros e mestres de obra estão sendo disputados a tapa", diz o professor Paulo Porto Neto, do MBA de Negócios Imobiliários e da Construção Civil na Fundação Getúlio Vargas (FGV). "Chegamos ao absurdo de disputar pedreiros, uma função de baixa qualificação. Precisamos investir na capacitação de profissionais", afirma.

Técnicas atrasadas
Já o presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), José Conde Caldas, diz que, além da falta de mão de obra, as técnicas de construção empregadas no Brasil são atrasadas.

"Somos os melhores do mundo na construção com concreto armado, mas hoje ninguém mais usa essa técnica para construção, é um sistema rudimentar. Em outros países, não se fazem mais prédios comerciais que não sejam de estrutura metálica", afirma.

Ele diz que o setor viverá uma transição nos próximos anos, passando a usar novas tecnologias e equipamentos para simplificar o processo de construção, reduzir a mão de obra e cortar pela metade o tempo de construção de um edifício.

Para ajudar no processo, diz Caldas, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação firmou uma parceria em agosto com representantes do setor e a Universidade de Brasília (UnB) para criar um centro tecnológico destinado à pesquisa em construção civil.

Zona portuária
Caldas afirma que mais funcionários e novas tecnologias construtivas são essenciais para levar adiante empreendimentos privados na região portuária do Rio de Janeiro, que se tornará um dos principais canteiros de obras da cidade nos próximos anos.

"Temos 30 projetos comerciais para a região portuária, mas não temos mão de obra. Como o setor ficou parado durante tanto tempo, os subempreiteiros quebraram e não se renovou esse pessoal."

As obras previstas pela prefeitura para revitalizar a região até 2016 vão começar a ser executadas entre o fim de setembro e a primeira quinzena de outubro.

Segundo Alberto Gomes Silva, da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (CDURP), ações de formação e qualificação profissional também estão previstas no projeto Porto Maravilha, de revitalização da área portuária.

O objetivo é treinar moradores da região em áreas como construção civil, hotelaria e turismo, para que sejam absorvidos pelas oportunidades de trabalho que aparecerem. O programa ainda está sendo elaborado e deve começar a funcionar no ano que vem.

Da Redação, original BBC Brasil.