Depois de um 2017 "crítico", marcado por dificuldades, o setor da construção civil enxerga uma "luzinha no fim do túnel" e alimenta expectativas mais favoráveis para este ano. Foi o que afirmou o diretor da regional Sorocaba do Sindicato da Indústria da Construção Civil (SindusCon), Elias Stefan Júnior em visita ao Cruzeiro do Sul.
Acompanhado do coordenador da entidade, Fernando Alonso, Stefan disse que fatores como a escassez de crédito para financiamento de projetos habitacionais, a falta de investimentos por parte dos governos em todas as esferas, a carga tributária, o elevado patamar da taxa de juros e a falta de incentivos contribuíram para o quadro.
Até por conta disso, em 2018 a representação dos construtores deve adotar tom mais incisivo para dialogar com os interlocutores. Conforme Stefan, o SindusCon está disposto a fazer valer o peso de sua representatividade, já que, como disse, agrega fator de desenvolvimento, gera empregos e reverte tudo o que produz em benefício do mercado interno, mas não obtém reciprocidade de tratamento ao contrário de outros setores.
Ele também fez a defesa das construtoras que, por erro de informação e de interpretação, ficaram estigmatizadas e foram niveladas às grandes empreiteiras envolvidas em escândalos investigados dentro da Operação Lava Jato. "Nós pertencemos a uma maioria que trabalha com seriedade e que nada tem a ver com a onda de escândalos", destacou.
Expandir projetos
Stefan também falou da tendência de expansão de projetos habitacionais em regiões valorizadas de Sorocaba. Disse que isto ocorre em razão da demanda. "As pessoas procuram moradias a custos mais baixos e encontram em bairros como os da zona sul. Essa situação tem a ver com a faixa de preço do programa Minha Casa, Minha Vida que é adotada."
Ele lembrou que, apesar dos entraves, a regional do SindusCon desenvolveu uma agenda de atividades como cursos de qualificação em parceria com a unidade do Senai na zona norte. O SindusCon acredita num ano novo melhor, e projeta uma taxa de crescimento de 0,3%, bem abaixo daquela estimada pelas autoridades da área econômica, mas suficiente para apontar um cenário menos nebuloso. Os construtores esperam que o Congresso aprove o projeto de Reforma da Previdência quando a votação for retomada em fevereiro. "É uma medida necessária para que voltemos a crescer".
CUB
Por meio de nota de sua assessoria, o SindusCon informou que o Custo Unitário Básico (CUB) da construção civil do Estado de São Paulo registrou alta de 0,04% em novembro na comparação com o mês anterior. Esta é a sétima elevação seguida do indicador. De acordo com o sindicato, o CUB representativo da construção paulista (R8-N) ficou em R$ 1,3 mil por metro quadrado no período. Em 12 meses a alta foi de 2,31%.
Dentro da composição do indicador, os custos médios com mão de obra representaram 61,71%, materiais, 35,07% e despesas administrativas 3,22%. Nas obras incluídas na desoneração da folha de pagamentos a alta foi de 0,04% no CUB na comparação com outubro, totalizando R$ 1.227,50 por metro quadrado. Em 12 meses, o indicador registra alta de 2,21%. Calculado pelo sindicato e pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o Custo Unitário Básico é o índice oficial que reflete a variação dos custos mensais das construtoras para a utilização nos reajustes dos contratos de obras.
Fonte: http://www.jornalcruzeiro.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário