Mesmo diante de circunstâncias como a permanência da crise econômica desde 2014, o setor cresce e aposta em obras diferenciadas
O mercado imobiliário e a construção civil vêm reerguendo suas bases a fim de voltar a ostentar dados robustos para a economia capixaba. Em 2017, representantes dos dois setores confirmaram um tímido crescimento, uma pequena retomada de otimismo que se manteve em 2018. Para concretizar o avanço neste novo momento mais favorável, a aposta agora é em obras diferenciadas e sustentáveis, diante de uma procura que já se destaca em relação à oferta.
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Diversos fatores econômicos influenciaram a recuperação gradativa no Brasil e no Estado. Presidente da Associação das Empresas no Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), Sandro Carlesso menciona entre os acontecimentos mais relevantes a redução da taxa Selic, medida responsável por significativa retração dos juros do financiamento habitacional.
O presidente da Federação das Indústrias, Léo de Castro, lembra que nos últimos cinco anos a construção civil fechou cerca de 30 mil postos de trabalho no Estado. “É muita coisa. O setor precisou se adaptar porque a condição exigia essa atitude, então todos estão sofrendo com isso. Mas a expectativa é positiva para 2019”, disse.
Compartilhando a mesma análise, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Espírito Santo (Sinduscon-ES), Paulo Baraona, explicou que em 2012 o segmento empregava 64 mil trabalhadores, número que despencou para 37 mil em 2018. “O que se espera para 2019 é que esses indicadores aumentem, o que representaria a retomada de um bom nível de confiança pelo mercado imobiliário”, frisou.
CONSTRUÇÃO CIVIL
Um aquecimento gradativo pode ser observado pelas construtoras. A procura por opções na Região Metropolitana também se sobressai apresentando expectativa de crescimento. Segundo a pesquisa “Indicadores Nacionais Imobiliários”, lançada em setembro deste ano pela Ademi-ES e pelo Sinduscon-ES, em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a Grande Vitória (Serra, Vitória, Cariacica, Viana e Vila Velha) continha, até junho, 7 mil unidades residenciais e comerciais em oferta, entre lançamentos e construções prontos ou em fase de obras. Os dados apontam, ainda, que a Grande Vitória ofereceu ao público consumidor, no total, 2.076 imóveis habitacionais até junho, sendo 1.160 projetados no primeiro trimestre e 916 no segundo.
Carlesso assinalou que é possível notar uma curva ascendente e consistente das vendas. “O primeiro trimestre encerrou com 838 unidades comercializadas na Grande Vitória, enquanto que no segundo foram 1.142, um incremento de 36%. Isso representa uma recuperação considerável do setor”, avaliou o dirigente da Ademi.
O valor médio buscado é de aproximadamente R$ 319 mil, pouco abaixo do anotado em 2017. Vitória e Vila Velha empatam na preferência da demanda. Na capital,
o bairro mais procurado é Jardim Camburi e na cidade vizinha, Itaparica.
o bairro mais procurado é Jardim Camburi e na cidade vizinha, Itaparica.
Já o Minha Casa Minha Vida, que ofereceu 15 mil moradias em 2017, tinha a projeção de 12 mil para 2018, quando os empreendimentos corresponderam a 44% do total de lançamentos. No programa federal, o grupo standard (até R$ 400 mil) equivaleu a 19,6%, bem próximo do nicho de médio padrão, o qual teve peso de 14% do que foi lançado.
MERCADO IMOBILIÁRIO
O estudo informou também que a Serra liderou o volume de unidades lançadas no primeiro semestre deste ano, com 776, seguida de Vitória, com 763. Na sequência encontra-se Vila Velha, com 537. Já Cariacica e Viana não registraram novos projetos no período apurado.
O diretor-presidente da Galwan S/A, José Luís Galvêas Loureiro, atribui o bom desempenho à queda dos juros, pois os preços sob controle incentivaram o público. “As vendas cresceram. Houve aumento em torno de 20% a 30%, principalmente agora no fim do ano. Estamos com uma quantidade grande de adesões e muita movimentação de corretores parceiros, que estão sendo acionados. Temos compras efetivas e muitas vendas engatilhadas com esses corretores, que devem ser efetivadas em breve. Existe uma pressão de compra. Estamos sendo mais procurados, tanto por corretores parceiros como por clientes”, afirmou.
O empresário espera resultados ainda mais positivos. “Acreditamos que essa tendência de melhora do mercado permaneça no próximo ano, se os índices da economia se mantiverem como os de hoje.
A expectativa é que a retomada aconteça. Os excessos começaram a diminuir em 2017 em relação ao estoque, que hoje está mais equilibrado com a produção. Tudo isso faz com que a gente se prepare para lançamentos em 2019, com o objetivo de atender a essa demanda”, pontuou.
Com mais de 37 anos de atuação e 6 mil imóveis residenciais e comerciais entregues, a Morar se destaca como impulsionadora do seu mercado. Só em 2018, foram lançadas 912 unidades nos condomínios-clube Vista do Bosque e Vista do Horizonte, na Serra, além da dos 576 apartamentos no Vista do Limoeiro, superando marcas e expectativas.
“Estamos atentos ao mercado e ao desafio constante de reduzir o déficit habitacional, permitindo que mais brasileiros possam realizar o sonho da casa própria. Por isso, nos últimos anos, a Morar adotou a estratégia de fortalecer a sua atuação no segmento de imóveis econômicos, viabilizando a qualidade que marca suas edificações para os empreendimentos que estão dentro do Minha Casa Minha Vida”, garantiu o presidente da construtora, Rodrigo Gomes de Almeida.
O executivo também compartilha o sentimento de otimismo para 2019. “Pretendemos ampliar nossa atuação na Serra e em Vila Velha com novos empreendimentos e expandir para novos municípios. Estimamos lançar cerca de 800 apartamentos no próximo ano. Mas isso ainda é um plano, e vamos deixar para anunciar quando os projetos estiverem mais maduros.”
A Soma Urbanismo, loteadora capixaba com mais de nove anos de atividades, avalia 2018 como um bom período. A companhia já comemorava a superação de suas metas de vendas anuais, ainda em outubro, e recorde de vendas, em junho, quando comercializou uma média de 60 lotes por mês no primeiro semestre, um aumento de 32% no número de unidades negociadas comparado com o mesmo período do ano passado.
Os dados se refletem, é claro, nas mais recentes plantas disponibilizadas. Nos últimos dois lançamentos no município de Colatina – residenciais Soma Altavista e Vista do Sol –, foi contabilizada compra de 300 lotes em menos de seis meses.
“Esse crescimento é resultado de um longo trabalho que viemos desenvolvendo. Expandimos a loteadora para novos mercados, como Colatina, e entregamos mais dois empreendimentos no último ano. Além disso, a melhora na colheita de café este ano, que teve impacto direto no interior, em especial em Jaguaré, onde contamos com dois empreendimentos, fez com que a economia realmente se aquecesse, conforme já prevíamos. São dados que mostram que estamos na direção certa”, comemorou o presidente da loteadora, Gustavo Barbeitos.
Para o ano que vem, o plano é expandir ainda mais, tanto no Espírito Santo quanto na região sul da Bahia.
Já a VTO Polos Empresariais considera que 2018 foi tão desafiador quanto 2017. Diretor-geral, Alexandre Schubert disse que o resultado foi positivo, considerando as circunstâncias. “O mercado comprador de imóveis empresariais estagnou-se. Em outra frente, os projetos continuaram seu curso de construção mantendo prazos em respeito ao cliente. Com esse cenário, tivemos que nos reinventar para manter a saúde do negócio.
Isso acabou por gerar um imenso aprendizado. Então, considerando um quadro completamente adverso, ter superado o ano com êxito nos deixa confiantes e mais dispostos a entregar novos empreendimentos.”
Fonte: http://esbrasil.com.br
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