Uma das principais vitrines dos governos do PT, o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) está em marcha lenta desde o início da gestão Bolsonaro. Para quem se enquadra na faixa 1 do programa, voltada para famílias com renda de até R$ 1.800, não houve contratações de novos projetos este ano. E para as faixas 1,5, 2 e 3 — para rendas entre R$ 1.800 e R$ 9 mil — foram contratadas 108,6 mil unidades no primeiro trimestre, 30% menos que no mesmo período de 2018. Além disso, as construtoras que atuam na faixa 1 reclamam de R$ 550 milhões em repasses do governo atrasados.
O ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, admitiu na semana passada que falta dinheiro por causa dos contingenciamentos para cumprir as metas fiscais. Segundo ele, os recursos disponíveis para o MCMV só duram até junho. A pasta negocia com a Casa Civil e o Ministério da Economia e já obteve verba suplementar de R$ 800 milhões para o programa.
— Sem os recursos, as 400 construtoras que atuam no programa não têm outra alternativa senão demitir — alerta José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), que reúne as construtoras.
Atualmente, há 500 mil trabalhadores ligados ao Minha Casa Minha Vida. Num cálculo conservador, diz Martins, se as construtoras demitirem 10% dessa força de trabalho, serão 50 mil pessoas na rua. Isso sem contar fornecedores e prestadores de serviços da cadeia, que serão afetados. Na divulgação dos últimos dados do Cadastro Geral de Empregados (Caged), a construção civil foi um dos setores que mais fecharam vagas em março: 7.781 empregos perdidos.
O secretário de Habitação do ministério, Celso Toshito Matsuda, confirmou ao GLOBO os atrasos nos repasses, mas confia na melhora das contas públicas e na negociação dentro do governo para retomar pagamentos até maio:
— Estamos num momento de gestão de prioridades. Estamos rezando para a arrecadação aumentar.
Fonte: oglobo.globo.com
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