quarta-feira, 3 de abril de 2019

Para vencer a crise, construção civil está deixando o conservadorismo



Diego Mendes e Leandro Mascarenhas, da Construcode: com novidade para obras, eles conquistaram 3,5 milhões de reais em valor de mercado | (Pedro Silveira //VOCÊ S/A)

Em meio aos escândalos de corrupção, às investigações da Operação Lava-Jato e a severa recessão econômica, algo de novo aconteceu na construção civil, setor responsável por 6% do PIB nacional.

Enquanto os canteiros de obras minguavam país afora, profissionais que conheciam de perto os gargalos do ramo — muitos deles demitidos pela redução da ­atividade — passaram a empreender. Até então fechado e obsoleto, o ­mercado foi ganhando impulso criativo e, aos poucos, retomou o fôlego.

Após cinco anos de retração, que levaram o segmento a encolher 20,5% de 2014 a 2018, a expectativa é que, enfim, haja crescimento em 2019. O número ainda é tímido, de 1,3%, mas representa um alento.

Segundo Amure Pinho, presidente da ABStartups, embora não sejam as principais responsáveis pela retomada, as construtechs (startups do setor de construção civil) ajudaram a empurrar a curva para cima.


“A natureza desses negócios é solucionar problemas para ganhar escala. Quando eles prosperam, toda a cadeia pode ser impactada positivamente”, diz ele, que estima neste ano um aumento de 25% no volume de empresas novatas com perfil inovador.

Só em 2017, um levantamento da Construtech Venture, fundo que investe em startups da área, mapeou 562 negócios desse tipo — 116% mais do que em 2016. O potencial do segmento é enorme. O ecossistema global, por exemplo, possui 6 000 construtechs. Em 2018, mais de 7,3 bilhões de dólares foram investidos nelas em todo o mundo.

“No Brasil, há quem empreende por necessidade, mas muitos enxergam que o momento é favorável”, avalia Bruno Loreto, CEO da Construtech Venture. Nos últimos quatro anos, em vez das construtoras gigantonas, foram as startups que movimentaram o mercado.

Fonte: exame.abril.com.br

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