Com desempenho aquém das expectativas no primeiro trimestre, os fabricantes de ferramentas esperam uma retomada da demanda no mercado doméstico ao longo do ano. Empresas esperam crescimento na casa dos 10%, ainda puxado pelo varejo.
“O início de ano trouxe números positivos, mas a expectativa era superior. Esperamos recuperação no restante do ano, com mais confiança e credibilidade no País, para deslanchar investimentos nas fábricas e alavancar obras da construção civil”, declarou o diretor comercial da divisão de ferramentas elétricas e acessórios da Bosch, Pedro Costa.
Ele conta que o desempenho está mais positivo no segmento metalmecânico. “A construção civil passa por uma recuperação lenta das obras, enquanto o setor industrial tem uma retomada mais clara.” A empresa estima avanço acima de 10% no faturamento em 2019.
Costa destaca que o varejo segue com um nível de vendas importante. “Desde 2017, o ritmo do varejo é interessante. Alguns clientes do setor industrial passaram a atuar neste mercado, buscando diversificação”, esclarece.
Sem abrir números, o executivo relata que a empresa investiu para aumentar a produção no Brasil neste ano. “Fizemos um investimento forte na fábrica de Campinas [SP] para buscar preços mais competitivos. O plano é que a produção supere o volume do ano passado”, destaca.
O presidente da Starrett no Brasil, Christian Arntsen, conta que após um primeiro bimestre de crescimento expressivo, o mercado perdeu força em março. “Tivemos uma expansão em torno de 30% em janeiro e fevereiro, mas o mês passado foi muito fraco. Sentimos os efeitos do Carnaval e das inundações que atingiram a Grande São Paulo.”
Ele entende que há uma cautela maior com a economia neste momento. “O mercado veio muito otimista e a dificuldade que o governo vem enfrentando para conseguir algumas vitórias tem gerado uma certas precauções.”
Arntsen conta que o faturamento da Starrett cresceu em torno de 8% a 10% no primeiro trimestre. “Certos setores têm reações mais positivas, como o automotivo, que está muito forte e puxa todas as ferramentas industriais.”
Ele vê o setor da construção civil ainda morno e o alimentício com um bom crescimento. “Mas o destaque é mesmo o metalmecânico.” O executivo avalia que a indústria ainda não chegou ao momento de investir em aumento de produção. “Primeiramente, as empresas começam a aumentar as horas extras, depois a contratar e só então a investir em novas máquinas, equipamentos e ferramentas”, pontua.
O executivo acredita que este salto só vai ocorrer quando o mercado tiver mais segurança. “O setor continua otimista, mas o governo tem que mostrar a que veio. A Previdência não vai ser resolvida da noite para o dia, mas algumas iniciativas menores, como a unificação do PIS e Cofins, poderiam avançar e dar uma sinalização para o mercado”, pondera.
Diversificação
O subgerente de marketing da Makita, Kalil Khalyl Streich, avalia que o mercado está instável. “Havia mais expectativa no começo do ano, mas não mudou tanta coisa. Poderia estar melhor. Mas já vemos algumas máquinas sendo vendidas e os empreendimentos de construção civil voltando.”
Ele avalia que o varejo continua mais forte. “A indústria não voltou ainda ao seu melhor momento. Ao poucos, as empresas estão demandando mais, porém, ainda abaixo do que foi no passado. As vendas estão mais ligadas aos profissionais de reforma e serviços.”
Streich conta que, para enfrentar a crise da construção, a fabricante de ferramentas elétricas decidiu diversificar os negócios. “Há cerca de três anos, começamos a trabalhar com o mercado de limpeza profissional que, ao contrário de obras, não fica parado nunca.” Ele diz que o negócio registra expansão importante. “As empresas grandes estão buscando novas tecnologias. Falta mão de obra no setor e nossas soluções substituem vassouras e rodos, preenchendo essa lacuna.”
Fonte: www.dci.com.br
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