Motor da construção civil regional, Praia Grande registra aumento de 26,3% em projetos aprovados nos cinco primeiros meses deste ano, na comparação com o mesmo período de 2018. Opções de terreno, valorização média do metro quadrado dos imóveis e infraestrutura nos bairros da orla são explicações para manter aquecido o mercado imobiliário, apesar da tímida recuperação econômica nacional.
A cidade passou por uma renovação na paisagem urbana e se tornou a queridinha do mercado imobiliário no litoral paulista. Segundo a Secretaria Municipal de Planejamento, foram autorizados 149 novos empreendimentos imobiliários nos cinco primeiros meses de 2019. No idêntico período do ano passado, a pasta liberou 118 projetos habitacionais.
Em metragem, saltou de 186,1 mil metros quadrados aprovados em 2018 para 208,1 mil metros quadrados este ano. “Apesar da crise financeira, as pessoas não adiam os planos de casar e comprar imóveis. Praia Grande reúne atrativos e opções a todas as classes sociais”, afirma o prefeito Alberto Mourão (PSDB).
Valorização
A cidade dita, agora, a ampliação do mercado imobiliário regional. Também registra valorização média de 80% nos preços praticados na última década, segundo pesquisa do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-SP).
Há uma década, o metro quadrado era comercializado a R$ 2,5 mil. Conforme a pesquisa mensal do Creci-SP, referente a março, este ano a metragem média da Cidade não sai por menos de R$ 4,5 mil. A média por valor de venda de apartamentos é R$ 500 mil.
Os números tornam a cidade a terceira mais cara no mercado regional, atrás de Bertioga e Santos, respectivamente. Em Praia Grande, o metro quadrado custa, em média, R$ 4.878, contra R$ 7.111 do metro quadrado em Santos e R$ 10 mil em Bertioga, segundo dados do Sindicato da Habitação (Secovi).
“Santos já está consolidada e muito adensada, é caro formar terreno, o que eleva o preço”, diz o diretor regional do Secovi em Santos, Ricardo Gobatti.
Dependendo do bairro, como na região central – mais próximo do Litoral Sul – há imóveis de R$ 150 mil a R$ 160 mil, sendo estes os mais competitivos da região. “O comprador paga menos que em cidades como Santos e mora perto da praia, de frente para o mar”, defende Mourão.
Contudo, a atenção das incorporadoras é justamente a área entre a orla a Avenida Presidente Kennedy. Nessas localidades, o preço do metro quadrado é próximo ao praticado em bairros de Santos como Macuco e Aparecida. “Canto do Forte, Boqueirão e Guilhermina são os locais mais valorizados e escolha das construtoras”, afirma Gobatti.
Exigências
Segundo o diretor do Secovi, a maior parte dos compradores busca casas de veraneio. Por ser um público exigente, os lançamentos miram boa área de lazer e sacada gourmet.
Gobatti diz que o aquecimento do mercado imobiliário em Praia Grande é relacionado a incentivos municipais ao setor, como a redução de impostos para as construtoras.
Canto do Forte vive verticalização
O Canto do Forte passa por um forte processo de verticalização. O charmoso bairro de ruas calmas e de população com maior poder aquisitivo concentra maior volume de obras.
Desde 2010, o bairro entrou rota de condomínios de padrão elevado, cujos apartamentos ultrapassam cifras de R$ 1,5 milhão.
A supervalorização do metro quadrado provoca corrida das construtoras em busca de casas térreas para formar terrenos e erguer torres de luxo, com apartamentos que superam a cifra dos milhões.
O quadrilátero entre as ruas Joaquim Teixeira de Carvalho e Brigadeiro Faria Lima resume o bom momento da construção civil na cidade: são quatro empreendimentos em curso no momento, com mais de 20 andares cada.
Apenas a construtora Credlar tem sete empreendimentos recém-lançados ou em construção em Praia Grande. Entre eles, o Residencial Salvador Dali, no Canto do Forte, com apartamentos com 60 metros quadrados, elevador panorâmico e piscina com borda infinita. Valores não foram divulgados à Reportagem.
“Praia Grande ainda tem muita área para se explorar. A tendência é, nos próximos anos, que os preços se aproximem aos das áreas nobres de Santos”, afirma o diretor regional do Sindicato da Habitação (Secovi) em Santos, Ricardo Gobatti.
Atualmente, os locais santistas mais caros têm o metro quadrado na casa de R$ 7 mil (como na região da Vila Rica e no bairro Gonzaga). No Canto do Forte, por exemplo, há unidades comercializadas por valor próximo a esse teto. “Tudo é questão da lei de oferta e procura. Como é um bairro supervalorizado e procurado, o preço acompanha”, diz o prefeito Alberto Mourão (PSDB).
Município puxa vendas na região
Um conjunto de fatores colocou a segunda mais jovem cidade da Baixada Santista pelo quarto ano consecutivo na liderança em número de empreendimentos lançados, conforme levantamento do Sindicato da Habitação (Secovi). Hoje, sozinha, Praia Grande é responsável por mais da metade das unidades comercializadas nas nove cidades da Baixada Santista.
O volume de obras comprova o fato de o município ser o único da região a manter o fôlego de lançamento e venda de imóveis nos últimos anos. Considerando o período de 36 meses do levantamento, entre julho de 2015 e junho de 2018, o mercado imobiliário praia-grandense liderou em termos de lançamentos (55% de participação e 5.430 unidades) e vendas (65% do total e 3.743 unidades) na Baixada.
O prefeito Alberto Mourão (PSDB) cita que os seguidos investimentos do Poder Público na infraestrutura como um fator de estímulo ao mercado imobiliário. Entre as melhoras listadas, estão a urbanização da orla, investimento em saneamento e mobilidade. Praia Grande é hoje a cidade com a maior quilometragem de ciclovias da região à disposição da população.
“Mas não se pode achar que está tudo pronto. É preciso que os investimentos acompanhem a expansão dos bairros”, complementa o prefeito.
Os números de lançamentos no local sinalizam o crescimento médio populacional de em torno de 3,5% ao ano. O aumento do número de moradores também foi acompanhado de um incremento do poder aquisitivo de sua população. A localidade concentra a maior fatia da econômica da cidade.
Raios-X
Segundo o Diagnóstico Urbano Socioambiental, do Instituto Pólis, de São Paulo, quatro de cada dez domicílios têm renda média de dois a cinco salários-mínimos; 18%, de cinco a dez; 6%, acima de dez mínimos.
Os indicadores fazem do local a bola da vez para novos empreendimentos comerciais. O bairro Canto do Forte concentra maior volume estabelecimentos: saltou de 210, em 2010, para 668, nesse ano.
O desempenho pode ser observado não apenas no mercado imobiliário, já que o município vem ganhando relevância em outros setores da economia. Tanto que Praia Grande obteve o maior saldo positivo de empregos no comércio da Baixada Santista no ano passado.
Fonte: www.atribuna.com.br
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