segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Ações de construção civil e o ouro apresentam melhor retorno no ano

(Foto: Pixabay)

Até então, 2019 se apresentou como um ano repleto de novidades. Novo governo no país, a guerra comercial entre EUA e China e outros temas têm impactado o mercado financeiro e, por consequência, os seus investimentos. Com o encerramento de agosto, podemos apontar dois destaques positivos: as ações do setor de construção civil, representado pelo IMOB, e a mais antiga de todas aplicações financeiras do mundo, o ouro. Já no posto de pior retorno em 2019 está a tradicional poupança.
Para os que desconhecem, o IMOB, que sobe 34,5% no ano, é o resultado de uma carteira teórica de ativos, elaborada de acordo com os critérios estabelecidos pela B3. O objetivo é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de maior negociabilidade e representatividade dos setores da atividade imobiliária, compreendidos por exploração de imóveis e construção civil. Essa carteira, atualmente, é representada por 14 ativos, tendo as administradoras de shopping center BR Malls e Multiplan as maiores posições, com 19% e 14,5%, respectivamente. Logo depois aparecem as construtoras Cyrela e MRV Engenharia, com 13,7% e 11,9%.
Para se ter ideia, as empresas do ramo de shoppings centers figuram com alta de cerca de 10% em 2019, mas as construtoras têm puxado para cima o retorno desta carteira. Cyrela, MRV e Tenda são companhias que sobem perto de 60% no ano, enquanto companhias que atuam no segmento de média e alta renda, como Eztec, Helbor e Even, avançaram 90% somente nestes últimos oito meses.
E quais as razões para tamanho avanço do segmento no mercado de ações? De fato são algumas, como: a retomada de lançamentos após longo período nebuloso em decorrência da fraca economia no país; taxa Selic em queda, que atingiu seu menor patamar da história no Brasil e com perspectivas de que possa chegar a 5% no curto prazo; Produto Interno Bruto (PIB) em recuperação, com avanço significativo no setor de construção, e como consequências os últimos resultados trimestrais vieram mais positivos. Outro ponto a acrescentar é o novo modelo de financiamento apresentado recentemente pela Caixa Econômica Federal.
O 2º ativo mais valorizado, como comentei acima, é o ouro. Pode parecer surpresa para muitos, mas a grande discussão tem estado em torno dos juros negativos nos países desenvolvidos, especialmente na Europa. Obviamente há outras preocupações, como a guerra comercial que pode impactar no crescimento da economia global como um todo. A commodity, apenas no mês que passou, avançou 18%. Dessa forma, a alta chamou a atenção até de pequenos investidores, que começaram a buscar informações para a compra. No Brasil, por não ser um ativo tão liquido, uma forma mais simples de estar atrelado a ele seria por meio de fundos de investimento. No mercado futuro, é possível comprar pelo HomeBroker ou via mesa de operações nas instituições financeiras e/ou nas plataformas digitais de investimento.

Na contramão

Já os ativos de renda fixa seguiram mostrando que não trarão grandes retornos em curto e médio prazos. A taxa Selic apresentou uma alta de 0,5% no mês e, portanto, aqueles que detém recursos em reservas de emergência como Tesouro Selic e fundos conservadores devem ter obtido retorno similar no mesmo período. No caso da poupança, que rende 70% da taxa de juros, a mais tradicional das aplicações financeiras no país novamente desapontou seus poupadores e apresentou rentabilidade de 0,34%, menor que os 0,37% ao mês nos últimos períodos em função do corte recente da Selic. E por falar em decisão de política monetária, no meio deste mês, o Comitê do Banco Central se reunirá novamente, e as perspectivas de mercado são para uma nova redução. Até aqui, economistas e analistas estão divididos entre 0,25% ou 0,5%, especialmente pela alta do dólar nas últimas semanas, que poderia impactar na inflação.
Enfim, ainda faltam 4 meses para o fim de 2019 e seguimos visualizando uma mudança de postura do brasileiro em geral, buscando mais informações e estando mais atento ao mercado de investimentos, além de ciente das perspectivas para a taxa de juros. Apesar do momento não ser nada fácil, há oportunidades diversas no mundo dos investimentos.
Em setembro, teremos o início dos saques do FGTS, por exemplo, o que poderá movimentar a economia e trazer novas perspectivas para a continuidade de crescimento do PIB para o país. A equipe econômica e gestores de fundos de investimento também já demonstram maior ânimo diante das emissões de debêntures de infraestrutura. No mercado de ações, que está próximo dos 100 mil pontos, a maioria dos especialistas visualiza um bom momento para entrada. Por fim, após todas as análises,  gosto sempre de destacar: procure identificar seu perfil de investidor e seus objetivos antes de realizar qualquer aplicação financeira.

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