A construção civil gerou 19,7 mil empregos formais em Minas Gerais no primeiro semestre deste ano, mas o número de autônomos no setor aumentou em 13 mil no mesmo período. No Estado, o total de microempreendedores individuais (MEIs) na área chegou a 103 mil profissionais, com 51,4 mil atuando só em obras e alvenaria. Os dados foram apresentados nesta terça-feira (10) pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
Representantes dessa indústria acreditam que crescimento no número de trabalhadores no regime de MEI é oportunidade. Segundo o superintendente do Sebrae, Afonso Rocha, o MEI é uma alternativa de renda para quem está desempregado. Ele afirma que há “muito trabalho, mas pouco emprego” no mercado. “Serventes, pedreiros, eletricistas estão se oficializando como empreendedores individuais e voltando a trabalhar”, diz Rocha.
Por outro lado, o professor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Mário Rodarte afirma que, apesar de a recuperação no emprego ser algo a se comemorar, há chance de precarização do trabalho. “Vejo com certa preocupação. Eles não são empresários donos do próprio nariz, mas muitas vezes têm jornada fixa e uma série de fatores que seriam quase como uma categoria de assalariado sem benefícios”, afirma.
No país, o setor da construção civil teve leve recuperação no segundo trimestre de 2019 e cresce pela primeira vez após 20 trimestres consecutivos de queda, avançando 1,9% no período em relação ao anterior. No Brasil, 72 mil empregos foram gerados nesse intervalo. Teodomiro Diniz Camargos, vice-presidente da Fiemg, acredita que o crescimento será lento no próximo semestre, mas firme. “Há aumento de confiança no mercado, puxada pela reforma da Previdência, que trouxe sinalização forte de investimentos”, conclui. Nesta terça-feira, a Fiemg, o Sebrae e a Caixa Econômica Federal apresentaram o Minascon 2019, que acontece entre 17 e 22 de setembro.
Oferta
Se, por um lado, há recuperação, a oferta de imóveis em Belo Horizonte está 49% menor neste ano em relação ao que era em 2016, indo de 6.545 para 3.250 entre janeiro daquele ano e junho deste. O Plano Diretor, sancionado em agosto pelo prefeito de BH, Alexandre Kalil, preocupa o setor. “A mudança na legislação fez com que muitos tentassem se proteger”, afirma Camargos.
Monopólio da Caixa no FGTS pode acabar
Brasília. O Ministério da Economia estuda o fim do monopólio da Caixa na gestão do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e planeja uma reformulação na maneira como são feitos os aportes no programa de habitação popular Minha Casa, Minha Vida.
O banco estatal recebe 1% dos ativos do fundo para fazer esse trabalho. Em 2018, isso representou R$ 5,1 bilhões. “Não dá para um país do tamanho do Brasil contar com um banco só”, diz Igor Vilas Boas de Freitas, diretor do departamento do FGTS do Ministério da Economia. Para os defensores da ideia, outros bancos poderiam cobrar menos pela administração e oferecer maior retorno com outros tipos de aplicação.
Para Freitas, a Caixa sempre foi um “entrave” para a modernização do FGTS. “Os interesses da Caixa, até pela sua presença no conselho curador, eram impostos aos interesses do fundo e dos seus cotistas”, afirma. A estimativa é que as mudanças sejam aprovadas até dezembro.
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