quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Cresce a construção de edifícios de alvenaria com blocos de concreto



O crescimento do mercado imobiliário no Brasil, especialmente o voltado para as faixas de renda média e baixa, tem incentivado o uso do sistema construtivo com alvenaria estrutural com bloco de concreto em todo o país, mesmo em regiões sem tradição no uso de blocos de concreto. A expansão está ligada às vantagens técnico-econômicas propiciadas pelo sistema: rapidez na execução e diminuição de mão de obra, devido ao fato de que as paredes, ao serem erguidas, já são a estrutura, diminuindo drasticamente a necessidade de contratação de operários especializados, como os montadores de fôrmas de madeira para a construção de pilares e vigas, necessárias no sistema convencional. Também instalações elétricas e hidráulicas podem ser previstas, já no projeto, embutidas nos blocos, agilizando ainda mais os trabalhos nos canteiros, ou seja, atuando fortemente na industrialização da construção. E, ainda, ao fato de que o Brasil já conta, atualmente, com fábricas de blocos de qualidade em praticamente todas as suas principais regiões.

Assim, a economia possibilitada pelo uso da alvenaria estrutural com blocos de concreto, que alcança 30% (prédios de até 15 andares) a 15% (torres com 20 pavimentos), de acordo com pesquisadores de universidades renomadas, como a Poli-USP, Federal de São Carlos-SP e Federal do Rio Grande do Sul, está levando o sistema construtivo para estados do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul do país, que não tinham tradição de construir com blocos de concreto. A presença de grandes construtoras do Sudeste/Sul, como Cyrela, Gafisa, MRV e Direcional, entre outras, ajuda a espalhar esse sistema construtivo pelo Brasil. Em Natal, no Rio Grande do Norte, por exemplo, construtoras sediadas em São Paulo e que passaram a atuar no aquecido mercado da capital potiguar, como a Cyrela e a Rossi, entre outras, já desenvolvem mais de dez empreendimentos, alguns deles com mais de 400 unidades em torres de 19 e 20 pavimentos. 

Em Pernambuco, a mineira MRV utiliza a alvenaria estrutural com blocos de concreto para executar o empreendimento Condomínio Praia da Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, município da Grande Recife. Ali, estão sendo construídas 27 torres de oito pavimentos cada, num total de 864 apartamentos de 54 m2 cada, voltados para as classes de renda intermediárias. “A grande vantagem da alvenaria estrutural com blocos de concreto é que a obra já sai praticamente pronta, com menos mão de obra – o fundamental é o pedreiro-bloqueiro, especializado no assentamento de blocos. Não há carpintaria, praticamente”, explica o engenheiro Glaysson Moraes, responsável pela obra da MRV, que utiliza o sistema desde sua fundação, há 30 anos.

Com os investimentos previstos pelo governo federal de R$ 126 bilhões para a segunda fase do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que vai até 2014 e prevê a construção de 2 milhões de unidades, a tendência é de o uso do sistema construtivo de alvenaria estrutural com blocos de concreto se espraiar ainda mais pelo país. No Centro-Oeste, esse sistema também está presente em obras na região de Brasília, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins. Nesses estados, construtoras e incorporadoras como as mineiras MRV e Direcional, a paranaense Plaenge e a paulista Brookfield desenvolvem empreendimentos com até mil unidades cada, recorrendo à alvenaria estrutural com blocos de concreto. “Hoje, temos fabricantes de qualidade e com capacidade de atender à demanda crescente por part e das construtoras”, afirma o engenheiro Fernando Crosara, gerente da regional Centro-Oeste da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).

Nos estados da região Sul do país, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a situação se repete. Grandes construtoras mineiras e paulistas, como Cyrela/Living, Rossi, MRV, Gafisa, Tenda, e paranenses, como a Plaenge, se juntam a construtoras locais na escolha da alvenaria estrutural com blocos de concreto como sistema construtivo para erguer atualmente mais de 20 empreendimentos voltados para a classe média e a baixa renda. “As pequenas empresas também estão adotando a alvenaria estrutural, de olho nos até 30% de economia em relação à construção convencional que o sistema oferece”, revela Alexsander Maschio, gerente da Regional Sul da ABCP.

“O fato de a maioria das regiões brasileiras contar com fabricantes de bloco que possuem o Selo de Qualidade da ABCP, que representa uma garantia de produção em conformidade com as normas brasileiras, tem incentivado essa expansão da alvenaria estrutural com blocos de concreto”, avalia o arquiteto Carlos Alberto Tauil, consultor técnico da BlocoBrasil-Associação Brasileira da Indústria de Blocos de Concreto.  As 53 empresas fabricantes de blocos associadas à BlocoBrasil têm capacidade produtiva instalada de de 56,357 milhões de blocos por mês, suficientes para a produção de 56 mil unidades habitacionais de 50 m2 mensalmente. 

Região e Capacidade ProdutivaNordeste 707.000 blocos/mês 
Centro-Oeste 1.600,000 blocos/mês 
Sudeste 47.040,000 blocos/mês 
Sul 7.010,000 blocos/mês 
Total 56.357.000 blocos/mês 

Fonte: Obra24Horas

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