quarta-feira, 27 de julho de 2011

Construção civil é setor campeão de acidentes de trabalho no DF


Em 2009, o Distrito Federal registrou 708 ocorrências só na construção civil.
Estatísticas podem estar subdimensionadas, diz sindicato dos trabalhadores.

Do G1 DF com informações do BDDF
No Dia Nacional do Combate aos Acidentes de Trabalho, comemorado nesta quarta-feira (27), o Distrito Federal apresenta dados preocupantes. As estatísticas mais recentes do Ministério da Previdência Social, de 2009, mostram que a quantidade de acidentes deste tipo tem crescido desde 2007 na capital federal. Eles se concentram, principalmente, no setor da construção civil. No último dia 21, por exemplo, três operários morreram em um desabamento de obra da Universidade de Brasília.
No ano de 2009, o DF registrou 4.701 acidentes de trabalho. Foram 708 ocorrências só na construção civil. O setor de saúde e serviços sociais ficou em segundo lugar, com 677 desastres, seguido de 496 nos Correios e 475 no comércio.
Estas estatísticas podem estar subdimensionadas, segundo o secretário do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Brasília, João Barbosa. Ele afirma que a maioria das empresas se nega a emitir o Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT) da Previdência Social para evitar o pagamento de impostos e de um serviço médico especializado.
“Eles colocam uma placa de frente ao canteiro da obra dizendo que nós estamos a 100, 200 dias sem acidente, mas aquela placa não é verdadeira. Muitos trabalhadores que adoecem ou sofrem acidentes são mandados para casa, a empresa fica abonando o dia dele até ele se recuperar e quando se recupera é mandado embora”, explica.
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF, Julio Cesar Peres, contesta. “Se teve acidente de trabalho, a empresa interdita o local, chama o sindicato laboral e faz a CAT. Essa é a orientação do sindicato e se adotar qualquer outro procedimento, a empresa estará abrindo risco de ser penalizada. Se as empresas não estão fazendo isso, estão contra elas mesmas, deixando de ter um documento importante num processo judicial”, afirma.
Para o presidente da Associação Brasiliense de Engenharia da Segurança do Trabalho, Delfino Lima, o problema é que nem todas as empresas entendem a importância dos registros de acidentes e uso de equipamentos.
“As médias, pequenas e micro empresas não têm a consciência que as grandes já adquiriram. Elas não consideram segurança de trabalho como investimento, e sim como um custo”, diz Lima.
Trânsito
Apesar de a construção civil ser a campeã de acidentes do DF, esse cenário não se repete em todo o país. Segundo o diretor do Departamento de Segurança e Saúde do Trabalho do Ministério do Trabalho, Rinaldo Marinho, o trânsito ocupa o topo das estatísticas nacionais atualmente.
Fonte: G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário