A sina das pessoas que viajam diariamente para trabalhar não se deve a um tempo longo de demora, mas sim à variabilidade do tempo de percurso. Quem afirma é Kaiser Fung, autor do livro Os Números Governam a Sua Vida (DVS Editora). O estatístico pega o exemplo americano e afirma: pontos de estrangulamentos nas vias respondem por apenas 40% dos atrasos provocados por congestionamentos. Os outros 40% devem-se a acidentes e mau tempo. Os estrangulamentos causam atrasos médios previsíveis, enquanto os acidentes de trânsito e incidentes provocam uma variabilidade.
Construir mais estradas não é saída para o congestionamento. E por quê? Segundo o autor, os usuários que viajam diariamente para o trabalho mudarão seu comportamento de três formas distintas:
1) Aqueles que anteriormente utilizavam as vias locais decidem voltar para as vias expressas; 2) Aqueles que anteriormente haviam alterado os tempos de percurso decidem voltar atrás; 3) Aqueles que anteriormente haviam decidido utilizar o transporte público voltam a usar o carro.
Um novo raciocínio é essencial: trânsito proposital e planejado
O departamento de Transportes de Minnesota (EUA) foi o patrocinador de uma técnica denominada “controle de acesso” que são faróis de trânsito instalados nas entradas das vias expressas de modo a escoar mais rápido ou lentamente o fluxo de carros. Seattle experimentou um aumento no volume de tráfego de 74% mesmo nas horas de pico. A medida aumentou a confiabilidade dos tempos de percurso e diminui os índices de acidentes - diminuindo também a variabilidade.
“Os projetos de expansão tomam tempo e dinheiro. Com frequência, dependem de vontade política e sacrificam os usuários atuais em prol de um bem comum no futuro. Aumentar a capacidade é uma necessidade, mas, de acordo com os estatísticos, uma sólida política de transporte deve enfatizar a melhor utilização possível da capacidade disponível. O custo é significativamente menor do que a construção de novas vias expressas e gera retornos mais rápidos”, afirma o autor.
Fonte: Obra24Horas
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