quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Prefeitura de São Paulo embarga 21 obras envolvidas em fraude de licenças


Construtoras teriam apresentado guias para pagamento de outorga onerosa com autenticação mecânica bancária falsificada


Ontem (29), a prefeitura de São Paulo decidiu embargar 21 obras no município que tiveram o pagamento de outorga onerosa forjado. A outorga é uma contrapartida dada à prefeitura para construir acima do gabarito do zoneamento. A Corregedoria-Geral do Município estima que a fraude tenha desviado aproximadamente R$ 50 milhões dos cofres públicos.
As obras são de responsabilidade da Porte Construtora (oito obras), Onoda Construtora e Incorporadora (sete obras), Zabo Engenharia (quatro obras). Vidagiro Administração e Participações e Vasconcellos Engenharia respondem por uma obra cada. A maioria das obras paralisadas está localizada nos bairros do Tatuapé, Vila Formosa e Anália Franco, na Zona Leste da cidade. A obra do residencial Portosanto, da Marcanni Construtora e Incorporadora, já havia sido parada em 10 de agosto.
Segundo a corregedoria, a autenticação mecânica bancária que estava nas guias era falsificada. Assim, a prefeitura recebia a guia e achava que a outorga havia sido paga e liberava o alvará para a construção, mas o dinheiro nunca chegava aos cofres do município. Em seus sites, algumas construtoras como a Porte e a Zabo negaram as acusações.
"Os despachantes pegavam guias, entravam em contato com donos de grandes e pequenas construtoras e, ao invés de pagarem o que era devido aos órgãos públicos, negociavam uma versão menor. Era algo mentiroso e absurdo, pois diziam que pagariam as dívidas com precatórios que não existiam", apontou o Corregedor Geral do Município, Edílson Mougenot Bonfim.
Até o momento, quatro pessoas foram presas acusadas de envolvimento na fraude: o engenheiro Natali Federzoni, o arquiteto Joel José Abrão da Cruz e os consultores Adriana Dionísio de Oliveira e Nivaldino Dionísio de Oliveira. Segundo Bonfim, o número de presos pode chegar a 20 nos próximos dias. A manobra cometida pode configurar em crimes de formação de quadrilha ou de organização criminosa, falsificação de guias falsos e falsidade ideológica.
A incorporadora Wall Street também está sendo investigada por ter fraudado a área de um prédio comercial na Avenida Brigadeiro Faria Lima, na Zona Sul de São Paulo, diminuindo o valor do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e da outorga onerosa. Segundo prefeitura, o valor foi reduzido de R$ 4 milhões para R$ 185 mil.

Fonte: PINI Web

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