segunda-feira, 9 de abril de 2018

Trabalhadores da construção civil prometem greve no ES

Trabalhadores da construção civil consideram que nova lei  reduz direitos da categoria

Em período de elaboração de convenção coletiva, a nova reforma trabalhista tem acirrado os conflitos entre trabalhadores e patrões da construção civil.
Para os empregados do setor, a intenção das empresas é usar a nova lei para reduzir direitos. A categoria planeja entrar em greve a partir do dia 23 deste mês, mesmo antes das negociações salariais chegarem ao fim. A intenção é protestar contra várias mudanças apresentadas pelos patrões nos benefícios oferecidos aos funcionários.
“Fizemos uma proposta de reajuste de 5% no salário e a manutenção das garantias previstas na convenção anterior. Porém, as empresas dizem que querem modernizar a convenção. Ao nosso ver, querem tirar nossos benefícios”, afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (Sintraconst), Paulo César Borba Peres.
O dirigente sindical diz que uma das mudanças propostas pelos empregadores é a adoção de apenas dois pisos salariais, um para o trabalhador qualificado e outro para o funcionário sem especialidade.
“Querem acabar com o café da manhã, com o plano de saúde e querem, por exemplo, que a cesta básica seja por peso não por item”, acrescenta Peres.
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-ES), Paulo Baraona, desmente a versão do Sintraconst. “Nossa proposta não retira benefícios. Só tenta deixar a convenção coletiva mais enxuta, mais simplificada.”
Quanto à adoção de somente dois pisos salariais, Barona explica que o objetivo é permitir que o trabalhador negocie salários com os patrões. “Hoje a convenção coletiva traz uma lista de funções. Não tem por que colocar todas as remunerações. Hoje, a maioria dos trabalhadores recebe mais do que está na convenção. Em relação ao plano de saúde, a ideia é apenas mudar as regras do plano”, acrescenta.
Segundo Baraona, as negociações entre o Sinduscon e o Sintrancost têm até o dia 30 de abril para serem finalizadas. “Acho uma atitude precipitada a convocação de uma greve antes das conversas serem finalizadas. Uma paralisação no momento que estamos agora, de recuperação econômica, não ajuda ninguém, nem os trabalhadores nem as empresas”, finaliza Baraona.
Nesta semana, representantes das construtoras devem se reunir para construir uma contraproposta que será apresentada aos trabalhadores.

Fonte: www.gazetaonline.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário