segunda-feira, 29 de junho de 2020

PAT de Araraquara tem o dobro de vagas em junho; construção civil soma 56 oportunidades

PAT de Araraquara registra aumento nas contratações em vagas de reposição
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PAT de Araraquara registra aumento nas contratações em vagas de reposição
O Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT) de Araraquara (SP) registrou um aumento no número de vagas oferecidas desde a chegada da pandemia de coronavírus. Em junho, até a última sexta-feira (26), foram 56 vagas ofertadas, contra 28 no mês de maio. Um aumento de 100%, sendo que o principal setor foi o da construção civil.
No comércio, segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Araraquara (Sincomercio), o aumento de vagas oferecidas em junho não foi positivo, mas sim para suprir a ausência de funcionários do grupo de risco que precisaram se afastar do serviço por causa da pandemia.
Para consultar as vagas do PAT de Araraquara, os interessados devem comparecer à Avenida Nabor Rodrigues dos Santos, nº 467, no Jardim dos Manacás, entre 7h15 e 12h45.

Construção civil

Trabalhadores da construção civil em obra de edifício  — Foto: Pixabay
Trabalhadores da construção civil em obra de edifício — Foto: Pixabay
De acordo com a gerente de economia criativa e solidária da prefeitura, Flávia de Jesus Andrade, a variação do número de vagas acontece desde abril e tem ligação direta com a instabilidade da economia. Em Araraquara, a construção civil representa 60% do saldo positivo.
“São duas empresas, uma que é da cidade e outra que é de Minas Gerais. Por conta do Covid-19 e da pandemia, oscilou obviamente as contratações em geral, mas a construção civil manteve”, disse.
Segundo a especialista em recursos humanos Luciana Ferreira, isso também pode ser explicado porque algumas das vagas foram preenchidas por profissionais que realizam obras menores.
“Pelas pessoas estarem aí nas suas casas, pequenos reparos acabaram surgindo porque, durante a correria do dia a dia, eram coisas que deixavam-se para depois”, disse.

Comércio

Comércio de Araraquara no primeiro dia após flexibilização da quarentena — Foto: Amanda Rocha/ACidadeON
Comércio de Araraquara no primeiro dia após flexibilização da quarentena — Foto: Amanda Rocha/ACidadeON
Já no comércio, onde pode ser percebida uma pequena participação, o aumento registrado não é necessariamente uma boa notícia.
Segundo o presidente do Sincomercio de Araraquara, Antonio Deliza Neto, as vagas abertas nos supermercados, açougues, padarias, farmácias são para preencher os cargos dos empregados com mais de 60 anos ou que fazem parte de outros grupos de risco e precisaram se afastar.
“Em função da pandemia, o número de pessoas com idade do grupo de risco e pessoas que também tem, infelizmente, possibilidade de contrair a doença”, disse.

Demissões
Antônio Deliza Neto defende abertura do comércio em Araraquara — Foto: Wilson Aiello/EPTV
Antônio Deliza Neto defende abertura do comércio em Araraquara — Foto: Wilson Aiello/EPTV
Segundo Deliza, entre janeiro e abril foram 9.446 admissões e 10.700 demissões, deixando um saldo é negativo em 1.254 postos de trabalho.
Só o comércio varejista da cidade fez 1.148 acordos trabalhistas, sendo 65% relacionados às suspensões de contrato de trabalho.
“Em vários segmentos esses números são muito mais expressivos, a grande maioria está em afastamento ou em férias, e o pessoal está fazendo reposições”, disse.

domingo, 28 de junho de 2020

OTIMISMO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Jornal da Cidade BH Notícia boa também dá audiência!

Nem uma pandemia foi capaz de parar o setor da construção civil, que passava por um bom período depois de anos em crise e agora se vê frente a uma nova realidade. Mas mesmo com todos os desafios, o setor tem se mostrado resiliente.
Existe espaço para otimismo. “Tenho notado que algumas empresas aproveitam o momento para antecipar lançamentos, já que as pessoas que estão temendo pelos seus empregos entendem que comprar um imóvel agora é uma oportunidade segura. Oportunidades de bons negócios também surgirão para o médio e alto padrão, sobretudo para investimento, uma vez que a Selic se encontra em seu mais baixo nível da história, a 2,25% ao ano”, avalia o consultor e professor universitário Roque Almeida, formado em Administração, com MBA em Gestão de Finanças e de Projetos.
Para isso, é preciso se adaptar agora para conseguir uma retomada. Muitas mudanças que estavam sendo previstas no mundo dos negócios para 2025 ou 2030 foram antecipadas em 2020. Outro fator de mudança é o comportamento do consumidor, um desfio ainda maior para este que é um setor mais tradicional e fechado a inovações se comparado a outros. Uma fatia desse mercado, já atenta a tendências, agora se vê em vantagem competitiva.
“De uns anos para cá, vimos serem criadas mais de 700 construtechs no Brasil, sejam nas áreas de obras, intermediação dos negócios, fianças, capitação de recursos financeiros, compra de terrenos etc. Falando de inovação no modelo de negócios, destaco as empresas que permitem investimento diretamente em negócios imobiliários, onde o investidor pode comprar uma pequena parte do negócio e ter a rentabilidade de até 15% a.a.”, conta Roque.
E como será o mercado da construção civil pós pandemia? “Creio que as pessoas tentarão buscar segurança como atributo principal, e o mercado imobiliário se coloca mais do que nunca como uma opção neste contexto, e com boa rentabilidade”, diz Roque.
Com as rendas fixas com baixíssima rentabilidade, o mercado será forçado a sair para novos investimentos. “Mas, considerando o ambiente de incertezas que a economia global se coloca, sobretudo a brasileira com tantas incertezas também políticas, é natural que se busque algo que seja mais seguro e com maior lastro. Imóveis se colocam neste lugar”, completa.
O funding é o desafio para o mercado popular, com o FGTS sendo reduzido ao longo do tempo, mas as empresas que estiverem pensando estrategicamente em alternativas próprias e inovadoras terão vantagem competitiva significativa. “Tenho tido a oportunidade de ajudar a desenhar saídas nesse sentido e, apesar do ambiente tradicional, entendo que está havendo mais abertura para o novo”, finaliza Roque.

sábado, 27 de junho de 2020

Começa proibição das atividades de construção civil e indústrias em Porto Alegre

Empreendimentos amanheceram sem trabalhadores nesta sexta

A construção civil e as indústrias foram os setores atingidos nesta sexta-feira pelo decreto municipal que proibiu o funcionamento das atividades. Na avenida Aparício Borges, os trabalhos em um grande empreendimento do Grupo Zaffari, da Melnick Even e do Hospital Moinhos de Vento amanheceram sem os trabalhadores. O local terá shopping, torres de edifícios e hospital na zona Leste de Porto Alegre. Também paralisou as atividades a empresa responsável pela obras no Pontal do Estaleiro. A regra ainda atingiu indústrias na zona Norte da cidade.
O presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Rio Grande do Sul (Sinduscon/RS), Aquiles Dal Molin, afirmou que não houve casos de contágio nos canteiros de obras e que o decreto poderá resultar no fechamento de mais de 192 canteiros na Capital.  A entidade, por meio do Comitê de Crise, tem acompanhado os efeitos da Pandemia sobre o setor e manterá reuniões com o prefeito Nelson Marchezan Júnior e o governador Eduardo Leite no sentido de demonstrar que, atendendo os protocolos de restrições vigentes até então, não é vetor de propagação da Covid-19.
O Sinduscon/RS afirma que a requalificação de cidades como Porto Alegre para bandeira vermelha não implica na paralisação do setor. “Construção de edifícios, obras de infraestrutura e serviços de construção, por serem considerados essenciais, sofrem apenas redução na operação, passando de 100% para 75% dos trabalhadores na bandeira vermelha".
Já a Fiergs afirmou que a ampliação das restrições às atividades da indústria determinada em decreto pela prefeitura trará mais perdas ao setor e desorganiza a economia privada, já bastante afetada pela pandemia provocada pelo coronavírus. A entidade, desde o começo da crise, defende o equilíbrio entre os cuidados com a saúde da população e a economia. “Essas constantes alterações e mudanças de uma semana para outra nos dão muita insegurança. O industrial não pode programar sua produção e o empregado não sabe quando vai trabalhar, se vai trabalhar ou manter seu emprego”, ressaltou o presidente da Fiergs, Gilberto Petry.
Segundo Petry, se poderia intensificar as medidas de acesso, controle e segurança para a saúde, mas sem decretar o fechamento total de estabelecimentos, como prevê o atual modelo adotado. "As empresas não recebem recursos a fundo perdido, como ocorre com os governos estaduais e as prefeituras, para compensar a perda de faturamento", destacou. O presidente da Fiergs disse que com o comércio fechado a indústria não vende o que produz, o Estado não arrecada impostos e a sociedade toda perde.

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Indústria e construção civil contestam restrições anunciadas pela prefeitura da Capital

A partir de sexta-feira (26), a indústria e a construção civil terão de parar por tempo indeterminado em Porto Alegre. É o que estabelece decreto publicado pela prefeitura da Capital na madrugada desta terça-feira (23), excluindo da paralisação apenas os ramos considerados essenciais. A volta a um cenário similar ao verificado entre março e abril, no início da pandemia, foi recebida com um misto de surpresa e indignação por dirigentes dos setores. 
A regra municipal aumenta as restrições implementadas pelo governo do Estado dentro do modelo de distanciamento controlado. Classificada como bandeira vermelha, Porto Alegre já teria de adaptar a rotina de trabalho nas fábricas e nos canteiros de obras. Pela diretriz estadual, as fábricas poderiam operar com 50% dos trabalhadores ou 75% da mão de obra nos setores essenciais. Já a construção deveria ter, no máximo, 75% dos funcionários em atividade. 
Agora, com a decisão do prefeito Nelson Marchezan, apenas as indústrias em setores essenciais poderão funcionar na Capital, casos de ramos como alimentos, embalagens, limpeza e equipamentos e acessórios para proteção pessoal e profissional. Na construção, o atendimento só é permitido em serviços de saúde, segurança, educação e assistência social. 

O presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), Gilberto Petry, manifestou, por meio da assessoria de imprensa da entidade, contrariedade às restrições impostas ao funcionamento da indústria na Capital. “Essas constantes alterações e mudanças de uma semana para outra nos dão muita insegurança. O industrial não pode programar sua produção e o empregado não sabe quando vai trabalhar, se vai trabalhar ou manter seu emprego”, diz Petry, por meio de nota.
A Fiergs argumenta que a ampliação das restrições “aumenta as perdas do setor e desorganiza mais a economia, já bastante afetada pela pandemia”. Além disso, a entidade lembra que as indústrias já tinham a cultura do uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e adotaram novas práticas para reforçar a segurança durante a pandemia.

Dirigentes querem reverter medidas

Dirigentes da construção civil se reuniram ao longo desta terça para debater o tema e pretendem recorrer ao comitê de crise da prefeitura para tentar reverter as restrições. O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Aquiles Dal Molin Júnior, aponta que o decreto municipal paralisa as atividades em praticamente todos os 192 canteiros identificados na Capital. Ele se disse surpreendido com a decisão do prefeito. 
— Estamos seguindo os protocolos e monitorando a situação nas 192 obras na Capital. Até agora não registramos nenhum caso de covid-19, o que prova que o setor da construção não é um vetor de contágio — argumenta o dirigente.  
A orientação do Sinduscon é que os canteiros sigam ativos até a data limite prevista pelo decreto. O presidente da entidade afirma que a nova paralisação deverá repercutir em atrasos nos prazos de entrega das construções e deverá levar as empresas a demitir funcionários. Segundo Dal Molin Júnior, mecanismos como a suspensão de contrato e a redução de jornada já foram utilizados pelas companhias. Atualmente, a construção mobiliza 27 mil empregados.