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A crise na construção civil acirrou a disputa por market share entre os fabricantes de materiais. Para sair na frente, o investimento em novos produtos é uma das principais apostas das empresas.
“Estamos buscando mais espaço, uma parcela de mercado maior. O varejo está melhor que em 2017 e a expectativa é grande. Estamos preparados para investir na produção e ter mais mix”, afirma o coordenador de marketing da Condor, Daniel Coutinho, que fabrica materiais para pintura imobiliária.
Segundo empresas do setor ouvidas pela reportagem do DCI, a construção de novos empreendimentos só deve gerar demanda a partir de 2019. “As grandes obras não estão ocorrendo. Começando esse ano, só vai ter impacto para acabamento, pisos e portas no ano que vem”, explica o diretor da Tecnoportas, Marcos Favaretto.
Essa estagnação fez com que a indústria de materiais de construção desse maior atenção ao varejo. Pequenas reformas, adiadas durante a crise, agora começam a gerar demanda. “Nós nos voltamos ao varejo e ao exterior, exportando para a América Latina. A projeção de crescimento do varejo é superior ao do setor como um todo, mas não chega aos dois dígitos”, conta o diretor comercial da Roca Brasil, Sergio Melfi.
A expectativa da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) é de crescimento de 1,5% das vendas em 2018, interrompendo uma sequência de três anos de quedas. Já a entidade que reúne os varejistas do setor, a Anamaco, prevê avanço de 8,5%, em 2018 sobre o resultado do ano passado.
“As reformas estão andando mais do que os novos empreendimentos. O varejo está melhorando e esperamos crescer em 2018”, avalia o subgerente de marketing da fabricante de ferramentas Makita, Khalyl Streich.
Inovação e diversificação
Em meio a esse cenário de vacas magras, fabricantes apostam em novos produtos e soluções para se sobressair à concorrência e entrar em novos mercados.
“É uma estratégia para sobreviver diante da crise. As empresas conseguem passar pelo momento de instabilidade ao investir em inovação e na ampliação de seus portfólios. É preciso diversificar para não ter todos os ovos na mesma cesta”, explana a coordenadora de marketing da Pilkington e Blindex no Brasil, Glória Cardoso.
Melfi, da Roca, aponta que um segmento que apresentou avanço foi o de produtos ligados à sustentabilidade e custo-benefício. “É um investimento para o consumidor gastar menos.” Ele afirma que o fato da Roca ser uma multinacional permitiu a manutenção do nível de investimentos. “Agora que o setor está com uma performance positiva, estamos colhendo os frutos.”
Favaretto revela que a Tecnoportas investiu na expansão do portfólio diante da expectativa de retomada do consumo. “Inicialmente, projetávamos crescer 20% neste ano, com novos produtos e melhora da economia. No primeiro trimestre, porém, o crescimento foi de 10%. É forte, mas abaixo do esperado”, avalia.
Para oferecer um diferencial em seu segmento, a Condor realizou uma parceria com a Braskem na fabricação de produtos provenientes de reaproveitamento de embalagens plásticas de tintas gráficas e demarcação viária. A indústria química fornece mensalmente duas toneladas de resina geradas de baldes de plástico.
“As grandes marcas de tinta usam balde de metal. É um mercado potencial para o plástico. A cadeia de aço tem programa de reciclagem, o plástico não tinha”, aponta o especialista de desenvolvimento de mercado da Braskem, André Giglio. O programa existe nas regiões Sul e Sudeste, com planos de expansão para o Nordeste. “É um mercado que abre novas oportunidades para expandir volumes. No Nordeste se usa latas de plástico em tintas decorativas.”
Para o presidente executivo da Abramat, Rodrigo Navarro, também é um momento importante de se aplicar práticas de eficiência nas linhas de produção e nas grandes obras. “Queremos contribuir para um crescimento sustentável da indústria. Inovações que reduzem custos precisam ser estimuladas, assim como combater o problema da conformidade técnica.” A entidade promoveu recentemente em uma feira do setor um seminário de disseminação do Building Information Modeling (BIM). “É uma forma de trabalhar todas as informações em um único modelo digital. É uma modernização que vai trazer qualidade e sustentabilidade”, destacou Navarro.
Fonte: www.dci.com.br
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